Sentado na areia da praia, vendo o pôr do sol, aproxima um homem que para em minha frente e diz: Preguiçoso, levanta e faça alguma coisa. O mundo corre, e você aí sentado. O que você procura? Riqueza, fama, glória??? O que você deseja?? Respondi: “Quero apenas que você dê um passo pro lado, pois está atrapalhando minha visão do horizonte, que neste momento, é tudo o que preciso…”.
Mês: janeiro 2012
coisa mal resolvida
Não gosto dessa sensação azeda de coisa mal resolvida. Comigo tudo é muito limpo e exato e você chegou virando minha vida do avesso, me bagunçando, me dando frio na barriga, fazendo minhas pernas tremerem e meu coração desacelerar. É, eu sei que quando a gente se apaixona o coração acelera, o meu fez o caminho contrário, devia ter percebido ali, logo ali que tinha algo errado.
A Felicidade
Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar Voa tão leve Mas tem a vida breve Precisa que haja vento sem parar A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval A gente trabalha o ano inteiro Por um momento de sonho Pra fazer a fantasia De rei ou de pirata ou jardineira Pra tudo se acabar na quarta-feira Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranqüila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor A felicidade é uma coisa boa E tão delicada também Tem flores e amores De todas as cores Tem ninhos de passarinhos Tudo de bom ela tem E é por ela ser assim tão delicada Que eu trato dela sempre muito bem Tristeza não tem fim Felicidade sim A minha felicidade está sonhando Nos olhos da minha namorada É como esta noite, passando, passando Em busca da madrugada Falem baixo, por favor Pra que ela acorde alegre com o dia Oferecendo beijos de amor
Tu que pintas sonhos
Tu que pintas sonhos Poemas e abraços Pinta a paz ao mundo Desfeito em pedaços Vais pôr nessa tela Amor e esperança Almas cristalinas Sem ódio e vingança Porás também pão Justiça irmandade Casa para todos Amor lealdade E com restos de tinta Das tuas ilusões Pinta,pinta, pinta Pinta corações…
Amor à primeira vista
Ambos estão convencidos que os uniu uma paixão súbita. É bela esta certeza, mas a incerteza é mais bela ainda. Julgam que por não se terem encontrado antes, nada entre eles nunca ainda se passara. E que diriam as ruas, as escadas, os corredores onde se podem há muito ter cruzado? Gostaria de lhes perguntar se não se lembram — talvez nas portas giratórias, um dia, face a face? algum “desculpe” num grande aperto de gente? uma voz de que “é engano” ao telefone? — mas sei o que respondem. Não, não se lembram. Muito os admiraria saber que desde há muito se divertia com eles o acaso. Ainda não completamente preparado para se transformar em destino para eles, aproximou-os e afastou-os, barrou-lhes o caminho e, abafando as gargalhadas, lá seguiu saltando ao lado deles. Houve marcas, sinais, que importa se ilegíveis. Haverá talvez três anos ou terça-feira passada, certa folhinha esvoaçante de um braço a outro braço. Algo que se perdeu e encontrou? Quem sabe se já uma bola nos silvados da infância? Punhos de poeta e campainhas onde a seu tempo o toque de uma mão tocou o outro toque. As malas lado a lado no depósito. Talvez acaso até um mesmo sonho que logo o acordar desvaneceu. Porque cada início é só continuação, e o livro das ocorrências está sempre aberto ao meio.