A ETNIA AFRICANA QUE USA AS FACHADAS DE SUAS CASAS COMO TELA PARA PINTURAS COLORIDAS

A África é um continente cheio de curiosidades e costumes interessantes, estampados por todos os lados. Um deles vem do grupo étnico Ndebeles, da África do Sul e Zimbábue, que tem o costume de pintar, ou melhor, estampar suas casas com muitas cores e formas marcantes.

Pouco se sabe sobre as casas, mas aparentemente tiveram origem na tribo nguni, composta por quase dois terços da população negra da África do Sul. Após uma troca e mistura de culturas, as casas passaram a ser pintadas como resultado destas relações. Acredita-se que após uma terrível derrota numa guerra contra colonos de língua holandesa, chamados de Boers, pouco antes do início do século XX, o povo oprimido passou então a utilizar as pinturas como simbologia de identificação entre eles, comunicando-se secretamente uns com os outros através da arte.

O costume da padronagem nas fachadas não foi identificado pelos inimigos, sendo interpretados apenas como algo decorativo, e assim deu-se continuidade ao que marcou uma época de desentendimentos e conflitos. A resistência foi então marcada por estes murais coloridos e de estilo único, sempre pintados por mulheres, tornando-se uma tradição passada de geração em geração pelas matriarcas da família. Sendo assim, o visual da casa indica que ali vive uma boa esposa e mãe, responsável pela pintura das portas exteriores, paredes frontais, laterais e interiores também.

Antes da década de 1940, utilizavam apenas pigmentos naturais, pintados às vezes com os dedos nas paredes de barro, que eram posteriormente enxurrados pelas chuvas de verão. Após o período, introduziram então os pigmentos acrílicos e os desenhos têm evoluído cada vez mais, até por conta da influência externa. No entanto, ainda é possível encontrar as pinturas mais tradicionais em áreas remotas, como na província de Nebo, com as cores predominantes desde seu surgimento: fortes linhas pretas, marrom, vermelho, vermelho escuro, amarelo-ouro, verde, azul e, ocasionalmente, o rosa. Outras aldeias Ndebele para se visitar são Mapoch e Mpumalanga.

Dá uma olhada nas fotos:

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Fotos: Wikimedia, Habitatio000, African America, LILY FR, Skyscrapercity, Craft and Art World, Pixel Chrome, Study Blue, Nick Pellegrino, Valerie Hukalo, ClaudeVoyage

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11 comentários

  1. Vivi, são mesmo uma das primeiras formas de escritas assim como os hieróglifos egípcios. Antes as mulheres escreviam nas tampas de panelas e eram recados para seus maridos e familiares, afirmando que se ele fosse bom teria sempre comida quente ao chegar, já que grande parte das tribos Bantas era de cunho matriarcal e não o contrário. Depois passou para a rica tapeçaria e a modernidade faz isso, já usam a casa para descrever família e outras regras sociais que seguem ou pertencem. Procure caso ineresse um trabalho de pesquisa de J. Redinha onde ele descreve com propriedade essa cultura riquíssima. Há também os desenhos realizados em areia que são descritos por P.P.J. Gerdes (em ‘’On ethnomathematical research and symmetry, Symmetry: Culture and Science, 1990.
    Muito lindo tudo isso. 😉

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