
Em fevereiro deste ano, a pesquisa Dimensão Social das Desigualdades, do sociólogo Carlos Costa Ribeiro, encontrou uma escala de desigualdades que acompanha de forma contínua o escurecimento da cor da pele. Os dados mostram como a cada ponto a mais no escurecimento da cor da pele corresponde também um ponto a menos na escala de oportunidades sociais e econômicas.
São dados como esses que comprovam: existe, sim, racismo no Brasil. No Brasil e no mundo.É uma verdadeira falácia tratar o tema como superado. Por isso, toda e qualquer tipo de campanha que combata esse mal aqui ou no mundo merece nosso respeito. Quando ela é feito de maneira criativa, mais ainda. É o caso da campanha “I, too, am Oxford”, criado pelos alunos da instituição.
A série de fotos traz os acadêmicos segurando placas com dizeres que costumam encarar, como “qual o seu nome africano”, “você vende drogas” ou “o seu cabelo é real?”. São estereótipos e os preconceitos que os alunos dizem enfrentar diariamente na universidade.
A tradução é livre.
Minha voz não representa a voz de todas as pessoas negras.
Sim, sou uma estudante internacional…do Canadá!
Toda as teorias pós-coloniais e outras que você estuda não te dão o direito de falar por mim ou por cima de mim.
Não, eu não vendo cocaína.
Não, eu não sou uma bolsista da África.
Mas, qual o seu nome Africano?
Por que você usa o cabelo desse jeito?
Sim, meu cabelo é real. Não o toque sem permissão!
Não, não é ok perguntar para minha namorada branca se o “pinto pequeno” do seu namorado indiano a satisfaz.
Meu nome é minha identidade: você não pode decidir por mim como ele deveria ser pronunciado.
A cor da minha pele não é minha única identidade.
Sim, eu sou da Jamaica. Não, eu não fumo maconha.
Seu inglês é muito bom para quem veio do Paquistão.
Só porque eu vim da Somália não significa que eu conheça piratas.
Uau, seu inglês é ótimo! | Obrigada, eu nasci em Londres.
Sim, sou indiana. Não, você não pode imitar o meu sotaque.
Então, porque você não fala Indiano?