Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Clarice Lispector
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
Clarice Lispector
O laboratório de microscopia, onde 20 dissecando escopos estão disponíveis para estudantes. Foto: Richard Barnes
O mais novo mistério de Marte é uma estrutura circular, com 2 km de diâmetro, posicionada em uma enorme planície de lava, lisinha como um campo de neve. Ela se parece um pouco com um biscoito – não muito, é verdade, mas a semelhança está lá para quem tiver pareidolia suficiente.
A região de derramamento de lava, parecida com os “mares” da lua, tem o nome de Athabasca, e é onde estão os fluxos de lava mais recentes de Marte. Baseado nisso, os astrônomos estão apostando suas fichas em um fenômeno de origem vulcânica.
Olhando mais de perto, a estrutura parece que foi empurrada de baixo por cima, talvez por um fluxo de lava que se introduziu abaixo de uma camada de rochas. Parte do material parece estar faltando, o que poderia ser explicado se no meio da rocha houvesse um pouco de gelo.
Esta não é a única anomalia deste tipo na região, o que aumenta o mistério. A esperança dos astrônomos e cientistas é que novas imagens de alta definição forneçam novas pistas para explicar como estas estruturas surgiram, e por que apenas nesta região. Elas serão feitas pelo HiRISE, um dos seis instrumentos a bordo do Mars Reconnaissance Orbiter, um satélite da NASA que orbita Marte medindo a elevação e registrando composição do solo.
Uma imagem em alta resolução do local, mostrando uma destas formações misteriosas, pode ser vista abaixo. [JPL, NBC News]
A sonda Rosetta continua nos surpreendendo com suas novas e incríveis fotos tiradas em sua perseguição do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Os cliques foram feitos a apenas 7,9 quilômetros da superfície do corpo celeste e revelam dunas similares àquelas que encontramos na Terra. Além disso, os cientistas também descobriram um dado bastante constrangedor para o pobre cometa: ele fede.
“O perfume do 67P/CG é bastante forte, como o odor de ovos podres (sulfureto de hidrogênio), fezes de cavalo (amoníaco) e o odor pungente do formaldeído”, conta, Kathrin Altwegg, a principal pesquisadora do equipamento usado pela Agência Espacial Europeia (chamado de ROSINA, do inglês Rosetta Orbiter Spectrometer for Ion and Neutral Analysis) para analisar o cometa. “Isso está misturado com o aroma fraco, amargo e amendoado do cianeto de hidrogênio. Adicione um pouco de cheiro de álcool (metanol) a esta mistura, junto do aroma de vinagre do dióxido de enxofre e uma pitada do aroma doce do sulfureto de carbono e você terá o ‘perfume’ do nosso cometa”.
Não parece nada bom.
Quanto às dunas, uma ideia é de que elas tenham chegado ali devido às plumas de gás das falésias que as rodeiam – da mesma forma que montes e dunas perto de penhascos são criados aqui na Terra. A demarcação entre subsolo exposto [por estes ventos] e a camada de poeira é bastante acentuada. Esses montes de poeira podem ser o lugar para onde toda a poeira foi “soprada” e acumulada.
Claro, isso é apenas especulação neste momento, mas não deixa de ser algo a se levar em conta.
Colocando as quatro imagens juntas, numerosas depressões circulares podem ser vistas em direção ao centro da imagem, alguns com aros e superfícies lisas bem definidas. Enquanto algumas crateras e buracos no 67P/CG podem ser marcadores diretos de locais ativos, acredita-se também que a sublimação de produtos voláteis de baixo da superfície feita de poeira poderia induzir o colapso da zona superior, formando poços.
É claro que, com base nessas imagens apenas, interpretações alternativas não podem ser descartadas. Algumas depressões circulares podem ser evidência de eventos de impacto anteriores, geradores de crateras, ou talvez algum material refinado tenha preenchido algumas depressões existentes anteriormente, com o material circundante mais tarde erodido, dando a aparência de uma borda elevada.
A previsão é de que, no próximo dia 12 de novembro, o Philae, módulo de aterrissagem acoplado à Rosetta, pouse no Churyumov-Gerasimenko, nos dando muito mais detalhes sobre o astro e chegando mais perto do que nunca de um cometa.
Assumindo os 7,9 km de distância, a escala da imagem é de cerca de 67 centímetros/pixel, de modo que cada quadro, divulgado com a resolução de 1024 x 1024 pixels, mede cerca 690 metros. [Sploid, ESA]
Ela usa a voz para explicar exercícios em detalhes e tem sempre um aluno por perto para ajudá-la a carregar materiais pela quadra. Carolina Tanaka Meneghel, 29, nasceu sem os braços e recentemente conquistou uma vaga para dar aulas de Educação Física em uma escola municipal de Piracicaba (SP) – um verdadeiro sonho que se concretizou.
Desde pequena, ela se acostumou a usar os pés para fazer as tarefas do dia a dia, como escovar os dentes, escrever e até lavar a louça. Estimulada pelos pais, Carolina aprendeu a nadar e, aos poucos, tomou gosto pelos esportes, paixão que a levou à faculdade de Educação Física. No vídeo abaixo, em entrevista à TVUNIMEP, ela conta como os professores precisaram adaptar as aulas para suas necessidades e como é fazer uma faculdade cujo objeto de estudo é o corpo sendo deficiente.
Na escola, em que dá aulas para crianças do primeiro ao quinto ano, Carolina se adaptou tranquilamente, rapidamente conquistou a simpatia dos alunos e, segundo a Prefeitura, será contratado um ajudante para auxiliá-la durante as aulas.
Dá uma olhada na entrevista que o canal TVUNIMEP no YouTube fez com essa mulher inspiradora:
Imagens © YouTube/Reprodução