Esse pianista recuperou músicas compostas num campo de concentração

O sobrevivente do campo de concentração nazista em Auschwitz e produtor de filmes hollywoodianos Jack Garfein escutou, aos 13 anos, uma canção criada por um jovem polonês momentos, antes de ser exterminado numa câmara de gás. Mais de 70 anos depois, ele encontrou uma maneira de homenagear o que ouviu e perdurou até hoje em sua memória.

Tudo começou em 2015, quando Jack viajou para a Itália e conheceu o pianista Francesco Lotoro, que têm resgatado músicas compostas por prisioneiros em campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, há quase 30 anos. Para isso, ele viajou mundo afora à procura de sobreviventes do Holocausto ou seus familiares, a fim de encontrar qualquer vestígio musical, seja uma partitura, uma anotação num pedaço de papel e decifrá-los.

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Orquestra polonesa em Auschwitz. VIA

O pianista comentou à BBC Brasil, em matéria assinada por Erika Zidko, que seu encontro com Jack foi emocionante, e que até aquele momento, ele não tinha cantado à música para ninguém. Francesco diz se tratar de uma canção em yiddish (língua da família indo-europeia, pertencente ao subgrupo germânico e adotada por judeus), e que a história contida nesta indica que deva ter sido instruída como um hino contra a barbárie racista. Ele contou que essas músicas foram criadas principalmente por judeus, mas também por presos políticos, homossexuais, comunistas etc, muitas vezes como um ato de resistência.

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Francesco Lotoro por Jenni Girtman. VIA

Francesco não se considera um colecionador. Sua missão é fazer que essas músicas ganhem vida novamente, através do ensinamento destas, para que sejam cantadas e tocadas por todos, e, assim, tornando-se eternas. Como a lembrança de Jack ficará agora.

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