Ao ouvir de um agente europeu que, apesar de muito bonita, a cor da sua pele seria um problema para sua carreira, a modelo Luana Génot decidiu que essa seria sua batalha: mobilizar a sociedade civil para lutar contra a desigualdade racial. Para isso, abandonou a carreira de modelo, se formou em publicidade, e criou o Instituto Identidades do Brasil, responsável pela campanha “Sim à Igualdade Racial”.
É evidente que o caso do agente não foi um fato isolado, mas sim, fato comum em seu dia a dia. Luana percebeu que trabalhava mais que suas colegas brancas, e ainda assim ganhava menos do que elas. Após se formar em publicidade, ela ganhou uma bolsa para estudar marketing relacionado a temas raciais na University of Wisconsin, nos EUA. Lá ela trabalhou como voluntária na campanha de Barack Obama, e da inspiração de todas essas experiência nasceu seu instituto.
Seu desejo é mostrar que a luta afirmativa contra o racismo é uma causa da sociedade como um todo, e não só dos negros. Além de campanhas, o instituto promove eventos, palestras e licenciamentos de empresas para a arrecadação de fundos, distribuídos para outras ONGs que também trabalhem com questões raciais.
Luana agora é mestranda em relações étnico-raciais, e negocia com 20 empresas o licenciamento de sua marca. O plano é montar uma rede de atuação nacional, para dar ainda mais voz para a causa, para que cenas e cenários como os que ela viveu se repitam cada vez menos – para, quem sabe um dia, a desigualdade racial desaparecer de vez.
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