Em Palmas, essa horta cultivada por alunos ajuda a abastecer nove escolas

Uma escola da área rural de Palmas, no Tocantins, vem se destacando na comunidade local. É a Escola de Tempo Integral do Campo Aprígio Thomas de Matos, onde os alunos aprendem práticas agroecológicas desde cedo, além de desenvolverem valores relacionados às questões ambientais também.

A horta da escola já faz parte não só da rotina, mas também da grade curricular dos alunos, que têm como laboratório pomares e hortas no local. Há três anos, foi desenvolvido na escola um programa com o objetivo de auxiliar na alimentação não só dos alunos e funcionários, mas também dos de outras escolas da rede municipal.

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Hoje, a produção de verduras e legumes é tão grande, que eles conseguem abastecer outros oito CMEIS da cidade. Para o ano letivo de 2017, foi contratada uma engenheira agrônoma que irá auxiliar no projeto, ensinando diferentes técnicas ao alunos para que o projeto possa crescer ainda mais.

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E o programa deu tão certo, que servirá de modelo para as demais escolas da zona rural que já possuem hortas, mas não tão desenvolvidas como a da Aprígio Thomas. Uma baita ideia que, além de enriquecer a alimentação dos alunos através da merenda escolar, contribui para um aprendizado saudável e bastante criativo.

Imagens © Reprodução SEMED

Para salvar os rinocerontes, este parque atira nas pessoas (50 mortos até agora)

Kaziranga National Park, um parque natural em Assam, na Índia, é uma história de sucesso quando se trata de conservação de rinocerontes.

Os animais estão seguros lá. Um século atrás, existiam apenas alguns rinocerontes-indianos passeando pela região. Agora, o parque abriga mais de 2.400, o que é dois terços da população mundial.

Mas o que eles fizeram para conseguir isso é bastante controverso: eles permitiram que seus guardas atirassem e até mesmo matassem potenciais caçadores. Até agora, o parque já matou 50 pessoas.

Entre essas casualidades, no entanto, estão muito provavelmente alguns inocentes.

Necessidade de proteção x maneira de proteger

Em 2015, mais pessoas foram mortas a tiros pelos guardas do parque do que rinocerontes foram mortos por caçadores.

O que os caçadores querem são os chifres dos rinocerontes, que podem ser vendidos por até US$ 6.000 (cerca de R$ 18 mil) cada 100g – consideravelmente mais caro do que o ouro.

Os rinocerontes-indianos têm chifres menores do que os africanos, mas são comercializados como sendo muito mais potentes. Eles são principalmente negociados como uma cura milagrosa para tudo, desde o câncer até a disfunção erétil (o que, aliás, é pura baboseira).

Então, sim, os rinocerontes precisam de proteção. Mas será que Kaziranga foi longe demais? Seus guardas possuem o tipo de poder normalmente só conferido às forças armadas de um país. Os trabalhadores do parque podem matar uma pessoa sem sofrer nenhum tipo de punição.

A questão é: este tipo de castigo poderia ser justificado?

Pressão política

De acordo com relatos, nativos inocentes, principalmente tribais, já foram pegos no meio do conflito.

A BBC entrevistou dois guardas do Kaziranga, Avdesh e Jibeshwar, e eles informaram que a instrução é atirar sempre que veem caçadores suspeitos. Avdesh diz que atirou em pessoas duas vezes nos quatro anos em que está no parque, mas nunca matou ninguém. Ele sabe, no entanto, que não é provável que haja qualquer consequência para ele caso de fato mate alguém.

O governo concedeu aos guardas em Kaziranga poderes extraordinários que lhes dão um amparo considerável contra qualquer acusação se eles atirarem e matarem pessoas no parque.

Os esforços de conservação na Índia tendem a se concentrar na proteção de algumas espécies emblemáticas, como rinocerontes e tigres. Acrescente a isso o fato de que Kaziranga é a principal atração turística da região – 170.000 visitantes anuais ou mais passam por ali – e é fácil entender por que o parque sente pressão política para enfrentar o problema da caça furtiva.

2013: o ano do “obedeça ou morra”

Em 2013, quando o número de rinocerontes mortos por caçadores furtivos mais que dobrou – chegou a 27 animais assassinados -, os políticos locais exigiram ação. O então chefe do parque, M. K. Yadava, logo propôs sua rigorosa estratégia de coibir qualquer entrada desautorizada.

Suas ordens? Qualquer um encontrado dentro do parque “deve obedecer ou ser morto”.

Ele justificou suas ações através de sua crença de que os crimes ambientais, incluindo a caça furtiva, são mais graves que o assassinato. “Eles corroem a própria raiz da existência de todas as civilizações nesta terra silenciosamente”, afirmou.

Saber exatamente quantas pessoas são mortas no parque é surpreendentemente difícil. “Nós não mantemos um registro”, um oficial do departamento florestal da Índia que gerencia os parques nacionais do país disse à BBC.

50 mortos, 2 presos

O diretor atual do parque, Satyendra Singh, explica que é difícil controlar as gangues de caça furtiva, porque elas recrutam pessoas locais para ajudá-los a entrar no parque, enquanto os verdadeiros “atiradores” – os homens que matam os rinocerontes – tendem a vir de estados vizinhos.

Singh disse que os guardas florestais não atiram sem alertar os suspeitos primeiros. Se eles não respondem ou correm, tiros são disparados. Caso se rendam, são apenas presos.

Segundo o diretor, nos últimos três anos, 50 caçadores furtivos foram mortos. Em contraste, apenas duas pessoas foram presas e julgadas.

Singh diz que muitas pessoas da comunidade local foram atraídas para o comércio ilegal por conta do aumento dos preços de chifres de rinocerontes. Ele acredita que cerca de 300 moradores estão envolvidos na caça furtiva.

O caso de Goanburah

Para as pessoas que vivem próximas à Kaziranga, o número crescente de mortes tornou-se um grande problema.

A área é densamente povoada, como o resto da Índia. Muitas das comunidades são grupos tribais que viveram na floresta por séculos, coletando lenha, ervas e outras plantas. Esses grupos afirmam que inocentes estão sendo baleados.

Por exemplo, Goanburah Kealing foi morto por guardas florestais em dezembro de 2013. Ele estava cuidando das duas vacas da família. Seu pai acredita que elas se desviaram para o parque e seu filho – que tinha graves dificuldades de aprendizagem – entrou lá para tentar encontrá-las.

Não há cercas ou sinais que marcam a borda do parque, então um erro poderia ser cometido. As autoridades de Kaziranga dizem que os guardas dispararam em Goanburah dentro da reserva da floresta quando ele não respondeu a um aviso.

O caso de Akash

Um caso de erro grotesco se destaca dentre todos: em julho do ano passado, Akash Orang, de apenas sete anos de idade, estava voltando para casa ao longo da estrada principal da aldeia, que faz fronteira com o parque, quando levou um tiro na perna.

Suas lesões foram tão graves que ele teve que ser levado às pressas para o hospital principal de Assam, a cinco horas de distância. Depois de cinco meses e dezenas de operações, Akash ainda mal pode andar. Seu irmão mais velho o carrega na maior parte do tempo, e o garoto acorda no meio da noite chorando de dor.

O parque admitiu que cometeu uma falha terrível. Pagou todas as despesas médicas e deu à família quase 200.000 rupias (quase R$ 10.000) em compensação – o que não é muito, dada a escala das lesões de Akash.

Para os locais, essa foi a gota d’água. Eles foram protestar contra essa política do parque, especialmente pela maneira como é conduzida. Um ativista de direitos humanos mostrou, por exemplo, as papeladas de nove suspeitos de caça furtiva mortos em um ano. Havia quase zero informação sobre as ações, e seis dos mortos foram simplesmente registrados como “não identificados”.

Até que ponto chegaremos?

O parque justifica o número de mortes dizendo que quadrilhas fortemente armadas envolvem guardas em mortíferos tiroteios.

No entanto, as estatísticas indicam que esses “encontros” são mais unilaterais do que o parque sugere. Novamente, os números são difíceis de encontrar, mas, segundo os relatórios, a BBC constatou que apenas um guarda do parque foi morto por caçadores furtivos nos últimos 20 anos, em comparação com 106 pessoas mortas a tiros pelos guardas durante o mesmo período.

Ao mesmo tempo, algumas das maiores instituições de caridade para conservação de animais do mundo, incluindo o World Wildlife Fund, estão simplesmente desviando os olhos para as atividades radicais do parque.

Despejo

Os problemas indianos não acabam aí. Kaziranga dobrará em tamanho e uma ordem de despejo foi emitida para a região. A polícia do estado recentemente despejou duas aldeias em meio a cenas caóticas em que os aldeões arremessaram pedras e foram espancados. Duas pessoas – um pai de dois e uma jovem estudante – foram mortas.

É claro que não há discussão que espécies ameaçadas de extinção devem ser protegidas e preservadas, mas os custos para a comunidade humana também precisam ser levados em conta.

E agora? Kaziranga é um caso de sucesso ou de preocupação?

[BoredPanda, BBC]

Mãe faz registros adoráveis de filhos gêmeos felizes com a chegada de irmãzinhas também gêmeas

Ter um fotógrafo na família é quase sempre garantia de registros incríveis, ainda mais quando a profissional em questão é uma mãe coruja de crianças adoráveis. A norte-americana Juliet Cannici é a combinação perfeita disso tudo.

Mãe de Nico e Siena, um casal de gêmeos de três anos, e de Gia e Gemma, duas garotinhas também gêmeas que nasceram em janeiro de 2017, a fotógrafa decidiu eternizar a conexão entre os irmãos em um ensaio irresistivelmente fofo.

Juliet fez os cliques quando as caçulinhas tinham apenas 11 dias de vida e a foto mais encantadora, que mostra os mais velhos de mãos dadas enquanto abraçam as pequenas, foi feito de maneira completamente espontânea.

Nico e Siena imediatamente seguraram as mãos e enrolaram o braço livre no braço das irmãs“, contou Juliet em entrevista ao Huffington Post. “Os fiz sorrir ao pedir para ‘serem patetas’, o que eles decidiram há pouco tempo que é engraçado de dizer“.

Veja outras imagens e tente não se apaixonar:

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Todas as fotos © Juliet Cannici

Ramsés II

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Ramsés II foi o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia, uma das dinastias que compõem o Império Novo. Reinou entre aproximadamente 1279 a.C. e 1213 a.C. O seu reinado foi possivelmente o mais prestigioso da história egípcia tanto no aspecto económico, administrativo, cultural e militar. Foi também um dos mais longos reinados da história egípcia. Houve 11 Ramsés no reino do Egito, mas apenas ele foi chamado de Ramsés, o Grande.

Vida familiar

Ramsés II era filho do faraó Seti I e da rainha Tuya. A família de Ramsés não era de origem nobre: o seu avô, Ramsés I, era um general de Horemheb, o último rei da XVIII dinastia que o nomeou seu sucessor.

Aos dez anos Ramsés recebeu o título de “filho primogénito do rei”, o que correspondia a ser declarado herdeiro do trono. Seu pai introduziu-o no mundo das campanhas militares quando era ainda adolescente e Ramsés acompanhou-o contra os Líbios e em campanhas em Canaã e Sinai.

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Cairo - Uma pirâmide de mais de 3.000 anos de um vizir do faraó Ramsés II foi encontrada em Luxor, no sul do Egito

Esposas e filhos

Julga-se que pelo menos dez anos antes da morte do pai, Ramsés já era casado com Nefertari e Isitnefert. A primeira seria a mais importante e célebre das várias esposas que Ramsés teve na sua vida, tendo sido a grande esposa real até sua morte, no ano 24 do reinado de Ramsés. Nefertari, que possui o túmulo mais famoso do Vale das Rainhas, deu à luz o primeiro filho de Ramsés, Amenófis, conhecendo-se pelo menos mais três filhos e duas filhas de ambos. As pesquisas documentam seis filhos com Nefertari.

Isetnefert é menos conhecida que Nefertari, estando sua presença melhor atestada no Baixo Egipto. Com ela, Ramsés teve um filho que partilhava o seu nome, para além dos príncipes Khaemuaset e Merneptá (este último tornou-se seu sucessor devido à morte prematura dos filhos mais velhos de Ramsés). Khaemuaset foi sumo-sacerdote de Ptah na cidade de Mênfis e foi responsável pela organização das festas Sed celebradas em honra do pai. A festa Sed celebrava-se em geral no trigésimo aniversário de reinado do faraó e visava simbolicamente regenerar o seu poder; sabe-se que Ramsés celebrou catorze festas deste tipo, a primeira no ano 30, as seguintes num intervalo de cerca de três anos e no final da sua vida celebrou várias praticamente a cada ano. Khaemuaset era um amante de antiguidades e dedicou-se a mandar restaurar vários edifícios. Foi também responsável por mandar construir galerias subterrâneas em Sakara, onde eram sepultados os bois de Ápis.

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Ramsés foi também casado com sua irmã mais nova Henutmiré (segundo alguns autores seria sua filha em vez de irmã) e com três das suas filhas, Meritamon, Bentanat e Nebet-taui. Após a paz com os hititas, Ramsés recebeu uma filha do rei Hatusilli III como presente. Com ela casou no ano 34 do seu reinado. Seu nome hitita é desconhecido, mas sabe-se que adotou o nome egípcio de Maathorneferuré. Sete anos depois desse casamento, esposou outra princesa hitita, sobre a qual nada se sabe.

Campanhas militares

Batalha de Kadesh

Ramsés sucedeu ao pai em 1279 ou 1278. No plano internacional os hititas, que viviam no que é hoje a Turquia, surgem como rivais do império egípcio no corredor sírio-cananeu.

No ano 4 do seu reinado, Ramsés conduz uma expedição militar exploratória que alcança a Fenícia. No rio Cão, perto da moderna Beirute, manda erguer um estela, cujo texto é hoje ilegível.

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No ano seguinte inicia-se a guerra propriamente dita com os hititas. Ramsés atravessa a fronteira egípcia em Sila e um mês depois chega aos arredores da cidade de Kadesh, perto do rio Oronte, com o objectivo de expulsar os hititas do norte da Síria.

O exército egípcio estava dividido em quatro unidades, que receberam o nome de um deus da mitologia egípcia: Amon, Ré, Ptah e Set. O exército aguardou nos arredores de Kadesh, desejoso por cercar a cidade. Dois hititas que se apresentam como desertores (mas que na realidade eram espias), enganam os egípcios, afirmando que os hititas ainda estão bem longe de Kadesh. Ramsés decide então avançar com a unidade Amon que lidera, desconhecendo que os hititas estavam escondidos a leste de Kadesh. Subitamente, a unidade Amon é cercada pelos hititas.

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Segundo o relato egípcio, o “Poema de Kadesh” gravado nas paredes dos templos de Karnak, Luxor, Abidos, Abu Simbel e no Ramesseum, Ramsés foi abandonado pelos soldados e, sozinho na sua carruagem, fica frente a frente dos hititas. O rei, desolado por ter sido abandonado, faz uma prece a Amon, lamentando-se por seu destino. Amon escuta sua prece e Ramsés transforma-se em guerreiro todo-poderoso que enfrenta completamente sozinho os hititas.

A realidade, porém, encontra-se distante desse relato irreal ao serviço da propaganda faraónica. Julga-se que os egípcios foram obrigados a recuar, não tendo tomado Kadesh, mas os reforços chegaram a tempo de o salvar.

Esfinge de Ramsés II/Tutmósis III.

Nos próximos anos do reinado continuam os combates com os hititas na Síria Palestina. No ano 16 do reinado de Ramsés, Mursili III, filho mais novo de Muwatalli II, foi deposto pelo seu tio Hatusilli III. Após várias tentativas de recuperar o trono, Mursili foge para o Egipto. Hatusilli III exigiu a sua deportação imediata, mas como essa foi recusada por Ramsés, os hititas mantinham mais um motivo para continuar com sua hostilidade.

No ano 21 do reinado de Ramsés, um tratado de paz procurou terminar o conflito. Esse tratado é conhecido nas suas duas versões, a hitita, escrita em tabuinhas de argila em cuneiforme babilónio e encontrada em Boghaz-Koi e a egípcia, gravada em duas estelas em Tebas. As razões para o tratado estariam relacionadas não só com a não resolução do conflito, mas também com o receio que gerava a ascensão da Assíria. Nos termos do tratado os dois impérios prometem ajudar-se em caso de agressão externa e dividem zonas de influência: Canaã e Sinai ficam sob domínio egípcio e a Síria, para os hititas.

Monumentos

Ramsés é o faraó que deixou o maior legado em termos de monumentos. O soberano apropriou-se de obras de faraós do passado (incluindo dos faraós do Império Antigo, mas sobretudo do faraó Amenófis III), que apresentou como suas, mandou concluir edifícios e lançou as suas próprias obras. Entre as obras concluídas por Ramsés II encontram-se a sala hipóstila do templo de Karnak em Tebas e o templo funerário do seu pai em Abidos.

Foi também Ramsés um dos responsáveis pela destruição dos templos da cidade de Amarna, que eram os últimos vestígios da era de Aquenáton, faraó que pretendia fazer de Aton a divindade suprema. Os blocos de pedra destas estruturas foram reutilizados na cidade de Hermópolis Magna, situada na margem oposta de Amarna.

Pi-Ramsés

Pi-Ramsés ou Per-Ramsés (“A Casa de Ramsés”) foi a capital do Egito durante o reinado de Ramsés e até ao fim da XX dinastia. Não foi descoberta até ao momento a localização exata da cidade, mas sabe-se que era na região oriental do Delta.

A cidade foi erguida sobre uma aglomeração fundada por Seti I no começo do reinado de Ramsés. Para lá são transferidos obeliscos e nela se erguem templos dedicados às principais divindades egípcias, como Amon, Ré e Ptah. Dois séculos depois as suas estátuas e obeliscos da cidade foram transferidas para Tânis, a nova capital da XXI dinastia.

As razões que explicam esta mudança de capital são as raízes familiares do faraó na região do Delta, para além da sua localização estar mais próxima do principal centro de intervenção militar desta época, a Síria-Palestina, que separava o Egito dos hititas.

Templos na Núbia

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Na Núbia Ramsés mandou construir vários templos. Dois dos mais famosos, escavados na rocha, encontram-se em Abu Simbel, perto da segunda catarata do Nilo.

O maior destes dois templos (Grande Templo ou Templo de Ramsés) penetra sessenta metros na rocha. É dedicado a Ramsés, associado a Amon-Ré, Ptah e Ré-Horakhti). Possui na entrada quatro estátuas de Ramsés com mais de 20 metros de altura, que o retratam em diferentes fases da sua vida. Passada a entrada do templo encontra-se um sala hipóstila onde se acham oito estátuas de Osíris. A versão egípcia da Batalha de Kadesh está representada no templo. O segundo templo (Pequeno Templo), a norte do Grande Templo, é dedicado a Nefertari (associada a Hathor). Na sua fachada encontram-se quatro estátuas de Ramsés e duas de Nefertari.

O templo foi construído por Ramsés II para comemorar sua vitória na batalha de Kadesh (ca. 1274 aC). É dedicado ao culto de Ramsés próprios (os faraós eram considerados deuses) e as divindades mais importantes do antigo Egito, Amon, Rá e Ptah. Estes três deuses tinham o seu capital e ao longo da história do antigo Egito foram altamente reverenciado. Rá era o chefe do Grupo dos nove de Heliópolis, Amon chefe da Tríade de Tebas e do grande deus Ptah de artesão Mênfis. Ao lado dos três representa Ramsés como o quarto grande deus do Egito. A construção do templo começou em 1284 para aproximadamente. C. e durou cerca de 20 anos, até 1264 a. C.

Ele é um dos seis templos construídos ou escavado na rocha, que foram construídas na Núbia durante o longo reinado de Ramsés II. O objetivo do templo era impressionar os vizinhos ao sul e reforçar a influência da religião egípcia na região. A fachada do templo é de 33 metros de altura por 38 metros de largura e é guardado por quatro estátuas sentadas, cada uma das quais é de cerca de 20 metros de altura, esculpida diretamente na rocha. Todas as estátuas representam Ramsés II, sentado em um trono com a coroa dupla do Alto e Baixo Egito. A estátua do lado esquerdo da entrada foi danificada por um terremoto, dividindo. Com a deslocalização do templo foi discutido sobre a possibilidade de reconstruir ou não, de finalmente se decidir, uma vez que estava indo embora. Você também pode ver muitas estátuas menores ao pé das quatro estátuas principais, representando vários membros da família do rei, sua mãe, sua esposa e alguns de seus descendentes.

Templo de Luxor

Templo que fica no centro de Luxor consagrado à triade de deuses tebanos – Amon, Mut e Khonsu. Ao obra foi em grande parte teminada por Amenófis III, da 18ª Dinastia, mas ganhou acréscimos no reinado de Ramsés II, da 19ª Dinastia e tambem por Alexandre o Grande a ainda no século 13 foi erguida a Mesquita de Abu al-Haggag que continua intacta.

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Templo de Karnak

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Compexo onde fica o Templo de Amon, consagrado ao rei dos deuses. Construído ao longo de 1.500 anos é uma das maiores realizações arquitetônicas da humanidade, sua construção teve início modestamente na 11ª Dinastia, mas diversos faraós fizeram acréscimos a fim de deixar sua marca no templo mais importante do país.

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No meio do assombroso Salão Hipóstilo de 5.600m², cujas 134 colunas tem diâmetro de 10m e atingem 24m de altura, torna-se evidente que a Basílica de São Pedro (Roma) e a Catedral de São Paulo (Londres) poderiam tranquilamente caber nos 40ha desse templo e sobraria espaço para 8 edifícios de igual tamanho. 

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Maior santuário religioso da Antiguidade, Karnak é ligado por uma esplanada de mais de 3km de extensão ás margens do Nilo (nos velhos tempos ladeada de esfinges) ao Templo de Luxor, seu santuário-irmão localizado mais ao sul.

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Em 2013, durante escavações a leste do Grande Templo, uma equipe de arqueólogos egícios e alemães descobriu uma estátua de Ramsés II, no templo da deusa Bastet, com 1,95 m de altura e 1,60 m de largura, de granito vermelho. Na parte trazeira da figura, há hieroglifos com o nome de Ramsés II. O templo de Bastet está localizado na colina de Bubastis, um dos sítios arqueológicos mais antigos do país, a cerca de 85 km a noroeste do Cairo, onde foram descobertos objetos que datam da IV dinastia (de 2630 a 2500 a.C.). Além da estátua de Ramsés II, os arqueólogos encontraram a estátua de um alto funcionário do governo egípcio do período da dinastia XIX, com 35 cm de altura, feita de arenito.

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O interior do templo tem um layout semelhante à maioria dos templos do antigo Egito, com salas menores com o aproximar do santuário. O primeiro quarto contém oito estátuas de Ramsés elevados a Deus, tomando a forma de Osíris. Estas estátuas estão ligados às colunas. Nas paredes você pode ver impressões com cenas das vitórias egípcios na Líbia, Síria e Núbia. O santuário contém três estátuas de deuses Rá, Ptah, Amon e Ramsés, todos sentados. O templo foi construído em tal direção que os dias 21 de outubro e 21 de fevereiro (61 dias antes e 61 dias após o solstício de inverno, respectivamente) sol penetrou no santuário, localizado na parte de trás do templo, e iluminar o rostos de Amon Rá e Ramsés, deixando apenas o rosto do deus Ptah no crepúsculo, ele era considerado o deus das trevas. Diz-se que estas datas correspondem aos dias do aniversário do rei e sua coroação, embora sem dados comprobatórios. Após o deslocamento do templo, verificou-se que o fenômeno solar ocorre uma diferença de dias a partir de Outubro original 22 e 20 de fevereiro (60 dias antes e 60 dias após o solstício). 

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Devido à construção da barragem de Assuã para criar Lago Nasser e o conseqüente aumento do nível do Nilo era necessário realocar vários templos, incluindo aqueles que estavam na beira do rio. Uma equipe internacional importante tratado de grandes blocos e remontado em um lugar seguro todo o templo, como um quebra-cabeça gigante. Em 1959, ele iniciou uma campanha internacional de angariação de fundos para salvar os monumentos da Núbia, como alguns deles estavam em perigo de desaparecer sob a água, como resultado da construção da barragem de Assuã. Os países participantes foram recompensados com alguns pequenos templos da Núbia. O salvamento dos templos de Abu Simbel começou em 1964 e custou a soma de US $ 36 milhões. Entre 1964 e 1968, os templos foram desmontados para ser reconstruída em uma área próxima, 65 metros de altura e cerca de 200 metros de distância. No entanto, este projeto, o templo continua a deteriorar-se por causa da erosão causada pelo vazamento das águas do Lago Nasser.

Templo de Nefertari

Enquanto o Grande templo de Abu Simbel é um templo com estatuária excessiva e de tamanho exorbitante, o templo de Nefertari parece ser baseado no templo funerário da rainha Hatshepsut (1520 aC.). O templo é muito simples e construído em dimensões bastante inferiores às do templo de Ramsés.
O pequeno templo de Abu Simbel, localizado 150 metros a norte do templo maior, foi construído em honra à sua esposa preferida, Nefertari, e é dedicado à deusa do amor e da beleza, Hathor. A fachada do templo representa no total seis estátuas, de dez metros cada uma, todas com a perna esquerda mais à frente da direita em posição de marcha. Duas delas são de Nefertari (uma de cada lado da entrada) e cada uma dessas estátuas está ladeada por duas estátuas de Ramsés. A ordem dos colossos da esquerda para a direita é a seguinte:
Ramsés II com a coroa do Alto Egito e a barba postiça;
Nefertari com características da deusa Hathor, disco solar entre 2 altas plumas e cornos de vaca;
Ramsés II com a coroa branca do Alto Egito e a barba postiça;
Ramsés II com a coroa dupla da união do alto e baixo Egito e barba postiça;
Nefertari com características da deusa Hathor, disco solar entre 2 altas plumas e cornos de vaca;
Ramsés II com o nemes, a coroa atef e a barba postiça.
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Na fachada existem também pequenas imagens das crianças reais, representações dos príncipes entre as pernas do faraó, e das princesas entre as pernas da rainha. A porta de acesso ao templo está decorada com inscrições do nome do faraó, e representações do faraó a fazer oferendas às deusas Hathor e Ísis.
Quando se entra no templo encontra-se uma sala quadrada com 11 metros de comprimento e 10,8 metros de largura com seis pilares colocados em duas filas, na frente dos quais está representada a cabeça da deusa Hathor e nos outros lados dos pilares tem figuras da casal real e de outros deuses. Sobre a cabeça da deusa Hathor estão escritas histórias do faraó ou da rainha, separadas por fórmulas de adoração às deusas: Mut, Ísis, Satis, Hathor, Anukis e Urethekau. Esta sala possui três portas que levam a uma câmara transversal estreita e esta, por sua vez, tem ligação com duas câmaras laterais inacabadas e com o santuário.
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O Templo de Luxor , junto às margens do Nilo, foi iniciado por Amenofis II., engrandecido por Tutmosis III e terminado por Ramsés II. durante o período de maior riqueza e poder do Egipto Antigo. Por isso são inumeráveis as colunas, estátuas, pátios, mesquitas, santuários, etc., que aí ainda se podem admirar hoje.
As câmaras laterais não têm decoração, pensando-se que deveriam servir como armazém de objectos utilizados em cerimônias religiosas.O santuário tem uma estátua da deusa Hathor saliente da rocha entre dois pilares de Osíris e nas paredes estão representadas cenas de oferendas.

Abu Simbel permaneceu soterrada pelas areias do deserto até 1812, ano em que foi descoberta por Jean-Louis Burckhardt. A construção da grande barragem de Assuão alterou o nível das águas do Nilo, razão pela qual os templos foram desmontados, cortados em 1036 blocos e montados num local mais alto entre os anos de 1964 e 1968, numa campanha internacional promovida pela UNESCO.

Em Uadi es-Sebua Ramsés mandou construir um novo templo dedicado a Ré e a si próprio. Na direcção dos trabalhos esteve Setau, vice-rei da Núbia, que recrutou homens das tribos locais para a construção. No mesmo local Ramsés ordenou a reconstrução de um templo erguido por Amenófis III que fora danificado durante a era de Amarna.

Ramesseum

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O templo funerário de Ramsés é conhecido como o Ramesseum. Situado na margem ocidental de Tebas estava dedicado ao deus Amon e ao próprio faraó, encontrando-se hoje num estado bastante deteriorado. O templo era famoso pela estátua colossal de Ramsés em posição sentada (da qual apenas restam fragmentos). Nas paredes do templo foram representados eventos como a Batalha de Kadesh e a celebração da festa do deus Min, assim como uma procissão dos numerosos filhos do faraó. No local foi descoberto um papiro que continha a obra literária “Conto do Camponês Eloquente” e textos de carácter médico.

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Morte

Ramsés faleceu no ano 67 do seu reinado, quando já teria mais de noventa anos. O Egipto conseguiu continuar a exercer controle sobre Canaã e Sinai até a parte final da XX dinastia.

O túmulo de Ramsés foi construído no Vale dos Reis (KV7), necrópole de eleição dos faraós do Império Novo, tendo sido preparado pelo seu vizir do sul, Pasar. Embora seja maior que o túmulo do seu pai, o túmulo não é tão ricamente decorado e encontra-se hoje danificado. Do seu espólio funerário restam poucos objectos, que estão espalhados por vários museus do mundo.

A múmia do faraó foi encontrada num túmulo colectivo de Deir el-Bahari no ano de 1881. Em 1885 a múmia foi colocada no Museu Egípcio do Cairo onde permanece até hoje. Em 1976 a múmia de Ramsés realizou uma viagem até Paris onde fez parte de uma exposição dedicada ao faraó e onde foi sujeita a análises com raios X. Na capital francesa uma equipe composta por cento e dez cientistas foi responsável por tentar descobrir as razões pelas quais a múmia se degradava progressivamente. Os cientistas atribuíram esta degradação à acção de um cogumelo, o Daedela Biennis, que foi destruído com uma irradiação de gama de cobalto 60. As análises revelaram que Ramsés sofria de doença dentária e óssea.

Curiosidades

Em 1976, a múmia do Faraó Ramsés precisou ser levada a Paris, onde foi tratada contra uma infestação de fungos. Nessa ocasião, foi providenciado um passaporte para a múmia em que constava sua ocupação: “Rei falecido”. Chegando à França, ao desembarcar no aeroporto de Le Bourget, em Paris, a múmia de Ramsés foi pomposamente saudada com honras militares destinadas a monarcas e chefes de estado.

Titulatura

Como se fazia no Antigo Egito, Ramsés tinha um série de nomes que compunham a sua titulatura. Ramsés é o seu nome de nascimento e significa “nascido de Rá” ou “filho de Rá”. O seu prenome, isto é, o nome que este assumiu quando se tornou faraó foi Usermaet-rá Setepenrá, o que é traduzido como “Poderosa é a justiça de Rá – Escolhido por Rá”. via via

O vale dos reis era a necrópole dos faraós do Império Novo. A partir de Tutmosis I (1500 a.C) os faraós passaram a escavar os túmulos profundamente nas montanhas de Tebas, na esperança de impedir que ladrões roubassem seus inestimáveis pertences que eram enterrados junto com eles. Os corredores e câmaras mortuários são magnificamente ornamentados e decorados com pinturas rituais e relatos simbólicos da jornada para a vida após a morte.

Entre as muitas tumbas reais escavadas no vale dos Reis,somente a de Tutankamon foi encontrada intacta. Ao visitante resta especular, com tristeza, a respeito de tudo o que deve ter desaparecido com as pilhagens dos túmulos dos faraós mais poderosos, como Ramsés II, mas as imagens incrustada nas paredes dos túmulos vale a visita, são realmente impressionantes.

A tumba de sete câmaras de Nefertari, mulher de Ramsés fica no vale das Rainhas e é tida por historiadores da arte como uma das mais requintadas– uma vívida e delicadamente trabalhada prova do amor do faraó à sua esposa favorita entre as 40 que possuía. Infelizmente quando estive no Egito esta não estava aberta a visitação.

Via: wikipedia