
Viajar o mundo sozinho é uma empreitada para poucos, que, para além da questão financeira, exige disposição e um tanto de coragem para, em troca, poder desfrutar do banquete de sensações para os sentidos que o mundo nos oferece. Tendo já visitado 125 países, o inglês Tony Giles não deixa dúvidas que dispõe desses dois atributos, tanto disposição quanto coragem, de sobra – com um agravante nada discreto: ele é surdo e cego.

Tony em Marrakesh
Hoje com 39 anos, Tony perdeu a visão quando tinha 10 anos. Foi aprendendo a se comunicar com seu professor especial, na adolescência, que ele decidiu se tornar um viajante solitário. Conhecer todos os países do mundo era “o maior desafio que poderia haver para uma pessoa cega”, e foi por isso que ele aceitou a tarefa, que teve início em Nova Orleans, nos EUA, no ano 2000. Desde então, ele já esteve não só em todos os estados americanos, como em basicamente todos os cantos do mundo.

Em um santuário de elefantes no Sri Lanka

Sobre o Rio Nilo, no Egito
E, como toda boa aventura, mil reviravoltas, contratempos e até um grande amor atravessaram as viagens de Tony – que assistiu um golpe de estado em Mali, foi preso na fronteira da Etiópia, publicou dois livros e conheceu sua esposa Tatiana, grega e também cega, durante uma de suas viagens. Para visitar tantos países, ele já viajou por todo tipo de transporte – avião, trem, carro, ônibus, até um jumento no Senegal.

Tony em Madrid

Em Gana

Nas montanhas do Canadá
Agora Tony está em casa para as festas de fim de ano – e para planejar sua próxima viagem, depois de recentemente conhecer a Jordânia de camelo. Depois de 125 países visitados, sem enxergar nem ouvir, o mundo é ainda um lugar imenso para o viajante, que, movido por sua curiosidade e sentimentos, desconhece limites.

Com sua namorada em Budapeste

Em Belém

Com um músico de rua em Amsterdã

Saltando de Bungee jump na Inglaterra