Fotos captam o poder e a beleza dos rituais religiosos no Congo

Com conflitos políticos ameaçando a segurança da população diariamente, muitos moradores da República Democrática do Congo recorrem à Igreja Católica em busca de apoio e segurança para protestar contra o governo local. Assim, os padres congoleses se tornaram símbolo de resistência pacífica num país marcado pela violência.

O fotojornalista Hugh Kinsella Cunningham, que vive em Londres, passou um mês no país africano para registrar a força dos congoleses que resistem, aproveitando para mostrar a resiliência e a força dos habitantes em vez da “imagem de pena que a geração anterior de fotógrafos estabeleceu”.

Hugh visitou todas as igrejas envolvidas na resistência política, acompanhando dezenas de missas todos os dias, começando às 6h da manhã. “O Congo é um país difícil de se registrar, com fotógrafos sendo vistos com suspeita em todo lugar. Muitos dos padres relutaram em falar comigo, o que é compreensível, já que devido a eventos recentes vários deles têm sido monitorados pelo regime”, disse em entrevista.

Após o período no Congo, Hugh concluiu que a Igreja provem estrutura e esperança aos moradores dos locais mais pobres do país. Além disso, os padres se mostram figuras de autoridade mais acessíveis e acolhedoras que o governo jamais poderia ser. “E quanto mais suas histórias atraírem interesse internacional, mais o governo perceberá que não pode se safar ao reprimir com violência os protestos liderados pelos membros da Igreja”, conclui.

Todas as fotos © Hugh Kinsella Cunningham /fonte:via

Filmes encontrados no lixo mostram a vida de oficiais poloneses prisioneiros dos nazistas

Era uma noite de inverno em 1999 e Olivier Rempfer, então com 19 anos, caminhava pela cidade onde vive, Cagnes-sur-Mer, no sudeste da França, depois de passar uma noite com amigos na cidade vizinha de Saint-Laurent-du-Var. Uma caixa de madeira em cima de um recipiente de lixo chamou sua atenção. Curioso, ele abriu a caixa e viu vários objetos cilíndricos embrulhados em papel.

Rempfer esperou até chegar em casa para desembrulhar os objetos e, quando ele o fez, encontrou antigos rolos de filme preto e branco de 35mm. Segurando as tiras de filme contra a luz, ele viu uniformes, quartéis, torres de vigia e homens em trajes no palco. Supondo que as fotos deviam ter sido tiradas durante as filmagens de um filme de guerra, e os homens neles para serem atores, Rempfer deixou a caixa de lado e tratou de esquecer da história.

Anos depois, seu pai, Alain Rempfer, encontrou a caixa. O velho Rempfer, um fotógrafo, também não tinha certeza do que os negativos do filme mostravam, mas em 2003, quando ele comprou um scanner de filme, resolveu dar uma olhada mais de perto nas cerca de 300 imagens. “Rapidamente percebi que eram fotos reais, históricas, tiradas durante a guerra em um campo de concentração”, disse. “O nome da marca ‘Voigtländer’ foi escrito na borda do filme. Esse nome não me era familiar em filmes, mas eu sabia que o Voigtländer era um fabricante alemão de câmeras”.

Rempfer procurou alguma pista sobre onde as fotos poderiam ter sido tiradas. Uma mostrava um caminhão com vários homens sentados dentro e, na parte de trás, era possível ler as palavras “PW CAMP MURNAU” em letras brancas, depois as letras “PL”. Uma pequena pesquisa mostrou que, de 1939 a 1945, a cidade alemã de Murnau era o local de uma prisão de guerra para oficiais poloneses.

Pai e filho estudaram as fotografias de perto e com fascínio. “Todos esses jovens olhavam diretamente para nós através da câmera, durante o tempo em que viviam no acampamento”, disse Alain. “E nós não sabemos seus nomes ou como era a vida diária deles, não sabemos nada sobre suas esperanças, seus sentimentos”. Foi uma experiência estranha, como se alguém tivesse desligado o som e os deixassem assistindo a um filme mudo.

O pai e o filho decidiram que um site seria a melhor maneira de mostrar as imagens ao mundo. Eles esperavam que as imagens atingissem qualquer um que pudesse estar interessado nelas, mas especialmente membros da família dos ex-prisioneiros de guerra que talvez estivessem procurando informações ou pudessem reconhecer alguém nas fotos.

Fotos: Arquivo/fonte:via