Você vai rir quando descobrir o que são estes “monstros marinhos”

No início das grandes navegações europeias muitos marinheiros morriam de medo de encontrar terríveis monstros marinhos com tentáculos gigantescos e várias cabeças. Monstros de todos os tipos eram registrados em mapas dos séculos X ao XVII, nos tempos medievais e renascentistas.

Esses monstros tinham como inspiração criaturas reais de enciclopédias ilustradas, e às vezes eram híbridos imaginários entre animais terrestres e aquáticos.

É possível que algum marinheiro que tivesse encontrado um macho jubarte pronto para acasalar tenha pensado que estava diante de um terrível tentáculo de monstro. As jubarte vivem em todos os oceanos e têm um pênis retrátil de até 3 m de comprimento. O nome oficial dos pênis de qualquer espécie de baleia é pink floyd (que não tem nada a ver com a banda de mesmo nome) justamente por sua coloração rosa.

Essa visão é rara, porque geralmente o pênis fica escondido na fenda genital dos machos. A cena pode ser vista quando há um grupo de machos perseguindo uma fêmea para acasalar. Esses machos estão em competição entre si para conseguir ser o acompanhante primário da fêmea.

Os machos costumam exibir seu pênis tanto para a fêmea-alvo quanto para machos outros. “Não está claro que função esse comportamento tem em um grupo de competição”, dizem os pesquisadores que captaram o vídeo abaixo, que mostra uma jubarte nadando com o pênis exposto:https://www.youtube.com/embed/VWs8f_KSSJc?feature=oembed

O maior pênis do mundo


Mas o maior pênis do mundo pertence à baleia azul, que também é o maior animal que vive na Terra atualmente. Esses animais têm entre 27 e 32 m de comprimento, e seus pênis têm entre 2,4 e 3 m.

Elas também costumavam ser abundantes em todos os oceanos até o século XX, quando caçadas as colocaram na lista de animais ameaçados de extinção.

Na época de acasalamento, esses grupos que ainda vivem nos oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e Índico migram para águas mais quentes como Golfo do México e litoral da Costa Rica. [Whale FactsWhale FactsPacificwhale]

Perda impensável de 25% no número de insetos desde 1990 foi descoberta em estudo global

O maior estudo já feito até à data sobre a abundância global de insetos mostrou uma queda de 25% no número destes animais nos últimos trinta anos.

Se você considera isso um alívio ao invés de preocupante, é porque não tem ideia de como os insetos são vitais para os ecossistemas dos quais nós dependemos. Eles polinizam plantas, servem de alimento para outras criaturas e reciclam o “lixo” da natureza, para citar algumas de suas funções.

Tendência global

Os insetos são os mais variados e abundantes animais que existem, superando a humanidade em 17 vezes.

O novo estudo combinou 166 pesquisas de longo prazo de quase 1.700 locais, determinando um declínio no número de espécies no mundo todo.

Vale notar que o número de insetos de água doce tem aumentado 11% a cada década, graças a ações para limpar rios e lagos poluídos. No entanto, esse grupo representa apenas 10% das espécies existentes e não poliniza culturas.

“É uma ótima notícia que alguns insetos aquáticos pareçam estar aumentando, provavelmente de um nível muito baixo. Mas a maior parte dos insetos é terrestre e este novo estudo confirma o que já estava claro: eles estão em declínio há muitas décadas”, disse Dave Goulson, da Universidade de Sussex (Reino Unido), que não esteve envolvido na nova análise, ao The Guardian.

Razões para se preocupar

O segundo maior estudo já realizado sobre a abundância de insetos foi baseado em 73 pesquisas e estimou uma taxa de declínio duas vezes maior do que a análise mais recente.

Isso não é significa que o problema seja menor do que o esperado. “Esses 24% são definitivamente algo para se preocupar. É um quarto a menos do que quando eu era criança. Uma coisa que as pessoas sempre devem lembrar é que realmente dependemos de insetos para nossa comida”, explicou o líder do estudo, Roel van Klink, do Centro Alemão de Pesquisa Integrativa em Biodiversidade, ao The Guardian.

No que diz respeito à taxa de perda de insetos, considerado as informações disponíveis, o declínio parece ser pior na Europa. Na América do Norte, as taxas de decadência estão estabilizando, mas em um nível baixo.

É importante levar em conta que a abundância de insetos é pouco estudada em várias regiões. Por exemplo, existem poucos ou nenhum dado de localidades na América do Sul, sul da Ásia e África. Dito isto, os pesquisadores estimam que a rápida destruição de habitats selvagens nesses locais em nome da agricultura e urbanização provavelmente afete significativamente as populações de insetos.

“Sabemos pelos nossos resultados que a expansão das cidades é ruim para os insetos, porque todo lugar costumava ser um habitat mais natural – não é algo difícil de perceber. Isso está acontecendo no leste da Ásia e na África em ritmo acelerado. Na América do Sul, há a destruição da Amazônia. Não há dúvida de que isso é ruim para insetos e todos os outros animais lá. Mas nós simplesmente não temos os dados”, esclareceu van Klink.

Outro achado preocupante da pesquisa é que insetos não estão se saindo muito melhor em reservas naturais do que fora dessas áreas protegidas. “Achamos isso muito impressionante e um pouco chocante – significa que algo está errado”, afirmou o pesquisador.

Há esperança?

A perda de insetos é causada por destruição de habitats, uso de pesticidas e poluição. O impacto da mudança climática ainda não é claro, embora existam exemplos locais que indiquem relações preocupantes.

Por exemplo, níveis maiores de dióxido de carbono estão reduzindo os nutrientes nas plantas e por consequência a abundância de gafanhotos nas pradarias do Kansas, nos EUA. Isso pode estar acontecendo no mundo todo – não sabemos.

“Definitivamente temos muitos motivos de preocupação, mas não acho que seja tarde demais. O aumento de espécies de água doce nos deixa pelo menos esperançosos de que, se colocarmos a legislação certa em prática, poderemos reverter essas tendências”, concluiu Van Klink.

Um artigo sobre o novo estudo foi publicado na revista científica Science. [TheGuardian]

Luz sustentável é alcançada em plantas vivas

Cientistas acabam de anunciar na revista Nature Biotechnology que foram criadas as primeiras plantas com luminescência visível, graças à engenharia genética. O brilho das plantas dura por toda a vida delas.

O desejo de criar plantas que emitem luz própria existe há alguns anos: em 2016 a empresa Bioglow criou plantas Nicotiana tabacum com enzimas de bactérias luminescentes, enquanto em 2017 engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts conectaram nanopartículas em folhas de agrião para induzir a planta a liberar luz fraca por quatro horas.

A pesquisa recém-publicada por 27 pesquisadores da empresa russa Planta em parceria com o a Academia Russa de Ciências, Instituto MRC de Ciências Médicas de Londres e o Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria representa um grande avanço ao produzir uma planta que brilha 24h por dia durante sua vida inteira. Essa planta transgênica não necessita da adição frequente de substâncias químicas e emite uma luz mais forte que a da Nicotiana tabacum do trabalho anterior.

Fungos bioluminescentes

A equipe da empresa Planta trabalhou com duas espécies de plantas de tabaco, e usou o DNA de fungos bioluminescentes. Eles utilizaram o ciclo do ácido cafeico (C9H8O4), que é transformado por quatro enzimas do fungo em luciferina, um composto orgânico que produz luz.

Duas enzimas trabalham para transformar o ácido cafeico em um precursor luminescente; uma terceira enzima oxida esse precursor para produzir um fóton. A quarta enzima converte a molécula novamente em ácido cafeico, que pode ser reciclado através do mesmo processo.

O interessante é que o ácido cafeico, que não tem nada a ver com a cafeína, é encontrado em todas as plantas, participando da síntese de um polímero da madeira. Assim, os pesquisadores conseguiram alterar geneticamente as plantas para realocar uma parte do ácido cafeico para a síntese de luciferina.

“O fenótipo, conteúdo de clorofila e carotenoide, tempo de floração e germinação das sementes não se diferenciaram do tabaco selvagem, com a exceção de um aumento de 12% de média de altura das plantas transgênicas”, escrevem os pesquisadores no trabalho.

Isso sugere que a expressão do ácido cafeico não é tóxico para as plantas e não interfere negativamente no crescimento delas, pelo menos na pesquisa realizada em estufas.

As folhas novas das plantas e as flores emitiam maior brilho, produzindo cerca de um bilhão de fótons por minuto. Essa quantia não chega perto de ser suficiente para permitir a leitura, por exemplo, mas é um brilho claramente visível.https://www.youtube.com/embed/01K1WlpCAC0?feature=oembed

Rosas e petúnias

Essa mesma equipe de pesquisadores da Planta também está modificando geneticamente plantas com flores como petúnias e roseiras para produzir cores e brilhos diferentes. Eles também acreditam que seria possível produzir o mesmo processo em animais. Se depender deles, vamos ter um mundo brilhante digno de Avatar.  [Science AlertPhys.org]

Não é computação gráfica: essa criatura marinha multicolorida é real

Imagens de anjo-do-mar (Clione limacina) registradas pelo biólogo marinho e fotógrafo, Alexander Semenov, chamam atenção pelas características particulares desse molusco. O biólogo especializado em invertebrados é chefe da equipe de mergulhadores da White Sea Biological Station da Universidade Estadual de Moscou.

Semenov diz ter interesse especial na macrofotografia em ambiente natural, porque permite observar animais que não podem ser estudados de forma adequada em laboratório. Ele tem como objetivo usar a fotografia para estudar a vida marinha e aumentar o interesse das pessoas pela biologia marinha. Por isso compartilha suas fotografias tanto em mídias sociais quanto em eventos.

Essa gravação de alta qualidade foi realizada durante mergulho em março de 2018 sob o gelo do Mar Branco. Assista ao vídeo que revela um pouco do trabalho feito pela equipe.https://www.youtube.com/embed/PGquZTg5qXs?feature=oembed

Em publicação de fotografia do início deste ano, Semenov fala que os anjos-do-mar são moluscos de água gelada e estão entre os objetos mais estudados em neurobiologia, mas pouco se sabe sobre o ciclo de vida deles.

Aparecem sob o gelo que cobre o mar e em poucas semanas tem tantos deles que em um metro cúbico de água pode ter até 500 anjos-do-mar. Sendo que cada um deles mede entre 3 e 5 centímetros, Semenov considera uma visão espetacular.

Logo depois de começar a reprodução, surgem os pequenos anjos-do-mar ainda com bandas ciliares larvais, medindo entre 1 e 3 milímetros. Em algumas semanas com dieta a base de borboletas-do-mar eles chegam ao tamanho adulto. Assim que a água aquece entre 3 e 5 graus os anjos-do-mar desaparecem e reaparecem sob o gelo no inverno seguinte, explica o biólogo.

Sabe-se que os anjos-do-mar podem sobreviver sem comida por seis meses, com redução significativa do tamanho no período sem alimento. Semenov fala que ninguém pensou em uma forma de rastreá-los no Oceano Ártico durante o ano para saber aonde eles vão.

Seres do mar

A equipe de Semenov criou um projeto de ciência chamado Aquatilis, com o objetivo de encontrar, estudar e fotografar seres interessantes e incomuns que vivem no oceano. Além de falar sobre a vida marinha, eles revelam o que é necessário para explorar o mar.

Semenov revela também as dificuldades da fotografia subaquática para registrar as imagens como são vistas, por causa da absorção da luz pela água. Isso confere especial valor às imagens, na busca por destacar as cores sem exagerar na edição. [Bored PandaAquatilisFlickr]

Golfinhos nadando em meio a alga bioluminescente criam visão surreal

O fotógrafo Patrick Coyne, depois de procurar por horas na costa da Califórnia, nos Estados Unidos, conseguiu registrar imagem rara, em um momento que ele descreveu como uma das noites mais mágicas de sua vida. Fazer imagens assim era um sonho de Coyne desde que ele viu registro desse efeito em um documentário.

Depois de algumas horas, no trecho final da viagem dois golfinhos apareceram para “começar o show brilhante”, Coyne compartilhou a história. Poucos minutos depois apareceram mais golfinhos. O fotógrafo relatou ainda estar processando o que ocorreu. O espetáculo foi compartilhado em vídeo.https://www.youtube.com/embed/bJcTWr8-mFo?feature=oembed

Coyne falou que registrar as imagens foi um desafio. Bioluminescência é difícil de ser vista e efêmera por natureza. Por isso é preciso ter as condições adequadas e um pouco de sorte para conseguir filmar. Além de ter algum animal se movendo na água para provocar a luminescência, é preciso um grande esforço para acertar o foco com a grande abertura do diafragma, necessária devido à baixa luminosidade.

Organismos microscópicos chamados dinoflagelados são os responsáveis pela bioluminescência em regiões costeiras. Esses organismos marinhos unicelulares são membros comuns do plâncton e sensíveis a movimento.

Quando provocados por predadores, cada célula emite um flash que dura até 100 milissegundos. Isso lembra um alarme, porque quando estão assustados, os dinoflagelados produzem a substância química luciferina catalisada pela enzima luciferase. Isso cria o brilho visto quando esses organismos são perturbados.

Esse fenômeno é conhecido por ocorrer em diversas espécies marinhas, frequentemente como forma de espantar predadores. Já os humanos, ficam deslumbrados com mais frequência do que ficam assustados. [Science AlertLatz Laboratory]