Visitar as ruínas de antigas construções nos permite viajar milhares e milhares de anos em imaginação até tais civilizações, e nos imaginarmos caminhando e vivendo, por exemplo, nas cidades do antigo Império Romano, na Grécia ou no Egito Antigo: mas como de fato eram tais edifícios, antes de serem destruídos pelo tempo ou pela ação humana? Quais eram os detalhes, as dimensões, cores e estilos dessas construções quando estavam perfeitamente de pé, como parte do dia a dia desses povos – quando ainda não eram ruínas? Tais perguntas parecem impossíveis, mas são devidamente respondidas pelo trabalho do designer húngaro Ádám Németh.
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O Anfiteatro de Éfeso “reconstruído” por Németh em 3D
As ruínas do Anfiteatro hoje
O artista gráfico é especialista em 3D e há mais de dez anos trabalha “reconstruindo” digitalmente os antigos locais em suas formas originais para diversos museus, exposições e publicações internacionais. “Minhas renderizações arqueológicas correspondem precisamente à época, através de extensa pesquisa por referências e resenhas em fontes encontradas online, em livrarias e em museus, e ainda através de trocas com arqueólogos”, comenta o designer, em seu site. “Eu costumo reunir e processar informações de forma independente, chego a conclusões e então apresento e debato minhas conclusões e os resultados relevantes”, revela, sobre seu processo de pesquisa e criação.
Ampla residência com diversos cômodos em Éfeso
Ruínas das residências em Éfeso
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As ruas da cidade repaginadas em 3D
Parte das ruínas mostrando as ruas de Éfeso atualmente
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Boa parte de suas reconstruções digitais é especialmente enfocada no período do Império Romano, e mais ainda sobre a antiga cidade grega de Éfeso, hoje parte da Turquia, durante o período em que era administrada por Roma, em cerca do século II antes da era comum. Era em Éfeso que se localizava o Templo de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo, entre outras incríveis construções locais, como a Biblioteca de Celso e o Anfiteatro de Éfeso, capaz de receber até 25 mil espectadores durante o período – por muitos anos ao longo da ocupação romana, a cidade foi a segunda maior de todo império, atrás somente de Roma.
Templo de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo
O local hoje onde ficava o Templo
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A Biblioteca de Celso em 3D
As ruínas da fachada da biblioteca hoje
Com 250 mil habitantes, no século I era a segunda maior cidade do mundo, mas no ano de 263, Éfeso foi tomada e destruída pela tribo germânica dos godos, e parcialmente destruída outra vez em 614, após um intenso terremoto na região. Desde 2015, suas integram a lista de Patrimônios da Humanidade determinada pela UNESCO, mas quem quiser chegar perto de como de fato era uma metrópole antiga – ou como seria entrar em uma máquina do tempo e voltar a esse incrível passado – deve “adentrar” o trabalho de Németh. “Meu objetivo principal, através das reconstruções, é fazer da história algo interessante e acessível para todos”, ele diz, diretamente de dentro do Templo de Ártemis.
Vista aérea de Éfeso quando era a segunda maior cidade do Império Romano
A mesma região vista do alto na atualidade
Reconstrução do Templo de Adriano, em Éfeso
Ruínas atuais do Templo de Adriano fonte via