Para combater as colisões entre pássaros e aviões, cientistas desenvolveram um falcão-drone

As colisões entre pássaros e aviões afetam os animais e a aviação comercial em todo o mundo: de acordo com um estudo conduzido por um comitê internacional sobre o tema, mais de 50 mil impactos acontecem anualmente. Para contornar tal problema, diversos aeroportos utilizam drones e aves de rapina como forma de espantar as aves: uma iniciativa da Universidade de Groningen, na Holanda, porém, juntou as duas soluções em uma só, e criou um falcão-drone para os arredores dos aeroportos.

Em fase de testes, o RobotFalcon se demonstrou mais eficaz que drones comuns

Em fase de testes, o RobotFalcon se demonstrou mais eficaz que drones comuns

Os números comprovam que incidentes entre aviões e pássaros causam a morte de milhares de animais anualmente, provocando também danos nas aeronaves. O caso do voo 1549 da US Airways, que, em 2009, precisou realizar um pouso de emergência nas águas do Rio Hudson, em Nova York, após colidir com um bando de gansos foi transformado em filme por Hollywood. De acordo com a Organização Internacional de Aviação Civil, essas colisões custam cerca de US$ 1,4 bilhão por ano.

O acidente com o voo 1549 da US Airways, em 2009, foi contado no filme "Sully"

O acidente com o voo 1549 da US Airways, em 2009, foi contado no filme “Sully”

Intitulado RobotFalcon, o falcão em forma de drone da universidade holandesa foi planejado como uma forma de ampliar a eficácia do uso da tecnologia para espantar os pássaros em aeroportos, e oferecer uma solução mais barata, segura e ética que o uso de aves de rapina reais. Feito de fibra de vidro e polipropileno expandido (EPP) com uma envergadura de 70 centímetros e pesando 0,245 kg, o RobotFalcon em testes demonstrou resolver de forma mais ampla e veloz o problema que outros drones, detendo todos os pássaros em cinco minutos e limpando 50% dos arredores em apenas 70 segundos.

O drone imita a aparência e o voo de um falcão paregrino

O drone imita a aparência e o voo de um falcão peregrino

“Ele limpou os campos de corvídeos, gaivotas, estorninhos e abibes com sucesso e rapidez, com bandos dissuadidos ficando longe por horas”, confirmou o relatório publicado no Journal of the Royal Society Interface. Em comparação com os animais reais, o documento observou que o RobotFalcon, que imita a aparência e os movimentos dos falcões durante o voo, funciona como uma “solução prática e ética”, trazendo as “vantagens de predadores vivos”, mas sem as limitações e sem expor animais de verdade.

Desenvolvimentos futuros sugerem a criação de um modelo maior para pássaros também maiores

Desenvolvimentos futuros sugerem a criação de um modelo maior para pássaros também maiores

Apesar das muitas vantagens que o projeto oferece, o uso do RobotFalcon apresentou algumas limitações ou exigências, e por isso novos testes e desenvolvimentos estão sendo realizados: o drone não se revelou tão eficaz contra aves maiores, exigindo que um modelo também maior seja desenvolvido para tais casos. A tecnologia também carece de um piloto treinado controlado os falcões-drone para ser utilizada com a segurança devida ao redor dos aviões.

Os modelos imitam também a aparência do falcão peregrino como forma de espantar os pássaros

Os modelos imitam também a aparência do falcão peregrino como forma de espantar os pássaros

© fotos 1, 4, 5: R.F. Storms/reprodução

© fotos 2, 3: Wikimedia Commons fonte via

Inclusão: Com quase 60 anos, atração da Disneylândia ganha personagens cadeirantes pela primeira vez

Na Disneylândia, o primeiro parque da Disney, que fica na Califórnia (EUA), as celebrações natalinas já começaram e uma de suas principais atrações, “It’s a Small World”, ganhou dois novos personagens em cadeiras de rodas. É a primeira vez em 67 anos de história do parque que personagens em cadeiras de rodas aparecem na atração. A iniciativa faz parte de ações da companhia de ampliar a inclusão e a representação da diversidade em seus brinquedos.

Os dois novos integrantes estão entre os cerca de 300 bonecos fantasiados que representam crianças de diversas nações cantando. Na verdade, ambos apareciam na atração de pé anteriormente. Agora, um deles está na seção latino-americana enquanto o outro surge na cena final.

Ambos devem se tornar fixos na atração. As versões do brinquedo nos parques da Disney em Orlando, na Flórida, e em Paris também vão receber personagens cadeirantes no próximo ano.

“A Disney claramente vê o benefício de atrair um público maior ao se tornar mais inclusiva. Precisamos ver mais disso na cultura, nos parques temáticos e no entretenimento como um todo se quisermos ser representantes do maior grupo minoritário do mundo”, afirma Jillian Houghton, CEO da Disability: IN, organização sem fins lucrativos que luta por uma maior inclusão de pessoas com deficiência na sociedade.

“Esse acréscimo é parte dos nossos esforços de olhar para o nosso resort com uma lupa para que possamos encontrar oportunidades de aumentar nossa inclusão”, confirma Kim Irvine, da Walt Disney Imagineering.

Criada para a Feira Mundial de Nova York de 1964-1965, “It’s a Small World” fez grande sucesso e foi levada para parque da Califórnia em 1966 e atualmente está presente também nos parques de Orlando, Tóquio, Paris e Hong Kong.

fonte via

Poluição espacial: Como Marte acumula mais de 7 toneladas de lixo em sua superfície

O homem ainda nem pisou em Marte, mas já poluiu o planeta vizinho com mais de 7 toneladas de lixo deixados em sua superfície. O alerta foi dado em artigo assinado por Cagri Kilic, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Virginia, nos EUA. Ele fez o cálculo a partir da massa de tudo que já foi enviado da Terra em missões marcianas, chegando ao resultado subtraindo do total o peso dos equipamentos que seguem em operação.

Representação do Rover "Opportunity", da NASA, que atualmente está "abandonado" em Marte

Representação do rover Opportunity, da Nasa, que atualmente está abandonado em Marte

De acordo com o artigo de Kilic, publicado no site The Conversation, a soma de todos os equipamentos já enviados a Marte chega a 9,97 toneladas de massa. Atualmente, os dispositivos em funcionamento pesam 2,86 toneladas. Subtraindo esse peso, então, ele chegou às 7,119 toneladas de lixo deixados por nós no planeta vizinho. “Os detritos em Marte têm três origens: equipamentos descartados, dispositivos inativos e naves que colidiram com o solo na aterrissagem”, explica o pesquisador.

Escudo protetor encontrado em Marte como detrito de algum pouso realizado no planeta

Escudo protetor encontrado em Marte como detrito de algum pouso realizado no planeta

A cronologia do estudo remonta a 1971, quando a então União Soviética enviou a sonda Marte 2, que acabou destruída durante o processo de aterrissagem, deixando, assim, os primeiros detritos em solo marciano. Desde então, outras 14 missões já levaram 18 objetos para o planeta. Não é incomum que equipamentos atuais descubram esses resíduos em expedições, como aconteceu recentemente com o astromóvel Perseverance ao encontrar uma manta termal que restou de seu próprio pouso.

O misterioso objeto encontrado recentemente pelo "Perseverance" é um tipo de rede ou cabo

O misterioso objeto encontrado recentemente pelo Perseverance é um tipo de rede ou cabo

Além dos detritos, atualmente existem 9 equipamentos de grande porte desativados na superfície do planeta: a sonda Mars Pathfinder e o rover Sojourner, por exemplo, pousaram em Marte em julho de 1997, mas perderam contato com a Terra dois meses depois. Também estão “desligados” no planeta as sondas soviéticas Marte 3 e Marte 6, as naves Viking 1 e 2 e as sondas Phoenix, Spirit e Opportunity, da Nasa, o veículo Sojourner, também da agência norte-americana, e a nave britânica Beagle 2.

Módulo de pouso do rover "Spirit", fotografado pelo próprio equipamento em 2004

Módulo de pouso do rover Spirit, fotografado pelo próprio equipamento em 2004

A maior preocupação com o lixo deixado em Marte é a possível ameaça que representa às missões atuais e futuras, bem como a possível contaminação de amostras recolhidas no planeta. Engenheiros da Nasa atualmente estudam se o robô Perseverance pode ser danificado pelo lixo, mas sugerem que o risco é baixo. “O real motivo pelo qual os detritos em Marte são importantes é pelo seu lugar na história. As naves e suas partes são os primeiros marcos da exploração planetária humana”, escreve Kilic. “A maioria está intacta e talvez elas possam ser consideradas mais como relíquias históricas do que lixo”, conclui.

As rodas do "Curiosity", por exemplo, deixa pequenos restos de alumínio por onde passa

As rodas do Curiosity, por exemplo, deixam pequenos restos de alumínio por onde passam

© foto 1: Wikimedia Commons © fotos 2, 3, 4, 5: Nasa/JPL-Caltech fonte/via