Refugiados no Brasil ensinam idiomas e criam intercâmbio cultural com os locais






Estar longe de casa não é nada fácil, ainda mais quando se está em fuga devido conflitos, miséria e demais problemas em seu próprio país. Visando acolher e ainda oferecer uma atividade que beneficie a todos, o Abraço Cultural é um curso de idiomas ministrado por refugiados de vários países, com objetivo de promover a troca de experiências, inserção no mercado de trabalho, geração de renda e valorização pessoal e cultural dos professores.

A ideia inteligente, desenhada pela plataforma social atados, já cruza fronteiras e barreiras em suas raízes, gerando para os alunos, além do aprendizado de uma nova língua, a quebra de barreiras culturais e proporcionando aos refugiados novas experiências com a comunidade local, valorizando as diferenças.

Em 2016, a iniciativa desembarcou no Rio de Janeiro. São duas unidades com vagas para os cursos de inglês, francês, espanhol e árabe. Você pode optar pelo formato intensivo ou extensivo.

Milhares de pessoas foram formadas pelo curso, que agora está no RJ

O intensivo acontece em janeiro e junho. A duração é de um mês, com quatro aulas de duas horas cada por semana. O extensivo está disponível de março a junho e de agosto a dezembro. São quatro meses de curso, com duas aulas de 1h30 por semana.

O programa prevê ainda aulas culturais. Oportunidade para aprender mais sobre culinária, dança, literatura, cinema, curiosidades, política e história de um país diferente. Elas ocorrem em duas oportunidades no curso intensivo e uma vez por mês no extensivo.

Construção coletiva do saber

Somados, São Paulo e Rio de Janeiro despertaram o interesse de mais de 3.500 estudantes. Mais de 90 refugiados foram capacitados. O esforço coletivo rendeu R$ 2,5 milhões de reais de renda para refugiados.

Mais informações também no Abraço Cultural.

E-mail: contato@abracocultural.com.br

Fotos: Divulgação / fonte:via

Página no Facebook publica fotografias dos lanches servidos em escolas públicas brasileiras

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Com o escândalo da máfia das merendas vindo à tona, os olhos de muitos brasileiros se voltaram para o que era servido – ou deveria ser – de lanche nas escolas públicas. Para denunciar a falta de alimentos e o descaso nestas instituições, foi criada uma página no Facebook que divulga fotos das refeições servidas em diversas escolas brasileiras.

A página ganhou o nome de Diário da Merenda e se transformou em uma ferramenta de protesto para que cada vez mais pessoas contribuam para a merenda chegar exatamente onde deveria estar: no prato dos estudantes. Na página, ficam claras as diferenças entre as escolas: enquanto algumas oferecem uma refeição completa, com direito a feijão, arroz e até suco natural; outras disponibilizam apenas um suco de caixinha e biscoitos para os alunos.

Ao olhar as fotos, pode até parecer que alguns dos lanches considerados “ruins” seriam uma refeição normal, caso não fossem servidas todos os dias as mesmas coisas. Um dos principais problemas é o fato de que, para muitas das crianças e adolescentes que estudam nestas escolas, esta é a principal (senão a única) refeição do dia.

Dá só uma olhada em algumas das merendas servidas pelas escolas:

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E.E. Prof. Gabriel Ortiz – São Paulo: Bolo, achocolatado e abacaxi

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E.E. Wilson Rachid – São Paulo: Arroz, feijão, carne ao molho e purê de batata

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E.E. Fernão Dias Paes – São Paulo: Bolo de chocolate e pedaço de melão

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E.E.E.I. Alberto Torres – São Paulo: Iogurte e biscoitos

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E.E. Ana Rosa de Araújo – São Paulo: Bolo e achocolatado

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E.E. Prof. Gabriel Ortiz – São Paulo: Pão integral com patê de atum

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Escola Estadual Tiburtino Pena – Minas Gerais: Vitamina de banana

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E.E. Professor Alberto Conte – São Paulo: Resto de bolo com leite

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E.E. Wilson Rachid – São Paulo: Suco de goiaba e bolacha

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E.E. José Maria Matosinho, em Campinas – São Paulo: Suco de pozinho que não conseguimos identificar, bolacha de água e sal integral e barrinha de cereal

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Escola Municipal Santa Catarina – Rio de Janeiro: Arroz, feijão e ovo

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Estudantes da E.E. Hernani Furini, em Guarulhos, São Paulo: Água, pão e banana

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EE Julia Rios Athayde, em Sorocaba – São Paulo: Suco e bolacha

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E.E Bertha Corrêa e Castro Rocha, em Poá – São Paulo: Bolacha com café com leite

Todas as fotos: Divulgação/Facebook/fonte:via

Idoso entra na universidade e quer dar aulas em escola onde trabalha como vigia

Manoel Castro dos Reis passou quase cinco décadas fora das salas de aula. Hoje com 60 anos, o morador de Araguaína-TO precisou abandonar os estudos quando tinha 13, e há algum tempo trabalha como vigia em uma escola da cidade. Agora, ele espera voltar para a classe, dessa vez como professor.

Manoel parou de estudar em 1972, quando concluiu a quarta série e a família decidiu mudar de cidade e ele precisou começar a trabalhar. Em 2004, ele definiu que retomaria os estudos e realizou o Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos), obtendo o certificado do Ensino Fundamental. Três anos depois, fez o mesmo com o Ensino Médio.

No ano passado, Manoel decidiu prestar o Enem e conseguiu a nota necessária para se matricular em História na Universidade Federal do Tocantins. Hoje ele concilia os estudos com o expediente em uma Escola Municipal, e tem como grande objetivo poder dar aulas por lá daqui a quatro anos.

Uma bonita coincidência foi seu filho, Ítalo, de 17 anos, ter prestado Enem no mesmo ano que o pai e também ser aprovado para estudar na Universidade Federal do Tocantins, no curso de Química. Os dois vão para a faculdade juntos e compartilham o sonho de mudar de vida graças aos estudos.

Fotos: Reprodução/TV Anhanguera / Rede Globo /fonte:via

Para salvar planeta, cientistas pedem que brasileiros comam menos carne

O impacto do consumo de carne vem sendo devastador para o planeta, por conta do cultivo de grãos como a soja, utilizada para alimentar os animais – que acaba destruindo recursos naturais, territórios e espécies. Com a previsão de que o mundo chegue a 10 bilhões de habitantes em 2050, a ONG World Resources Institute (Instituto de Recursos Mundiais) desenvolveu uma série de orientações a fim de se tornar possível no futuro uma produção alimentícia que não destrua o planeta. O estudo se refere ao consumo em todo o planeta, mas traz um pedido específico aos brasileiros: que reduzam drasticamente o consumo de carne.

O motivo é objetivo: o Brasil foi o país que mais consumiu carne vermelha no mundo nos últimos anos, em uma média de 140 calorias diárias por pessoa. A sugestão do estudo, intitulado “Criando um futuro alimentar sustentável – um menu de soluções para alimentar quase 10 bilhões de pessoas em 2050” é que esse consumo caia para 52 calorias diárias por pessoas nos próximos 32 anos.

O agronegócio é uma das mais destrutivas indústrias do mundo

Produzido em parceria com o Banco Mundial e outras agências de pesquisa, o estudo sugere a necessidade urgente de se diminuir o consumo de carne para reduzir o impacto do agronegócio no meio ambiente.

A mudança significaria uma diminuição de 63% na quantidade de carne média do brasileiro. A medida da gravidade do agronegócio pode ser vista pelo desperdício de água: 1kg de carne produzida consome 100 mil litros de água. Como a maior parte da carne consumida no mundo é produzida em escala industrial, essa produção vem se confirmando como insustentável, e ameaçando o futuro do planeta como nenhuma outra indústria – cabe ao Brasil e ao brasileiro, portanto, fazer a sua parte.

© fotos: reprodução/fonte:via

Descoberta de 10 mil anos revela os rituais mortuários dos primeiros brasileiros

Entender como as populações ancestrais lidavam com a morte é também uma maneira de entender a cultura e a própria vida dos primeiros brasileiros, que habitavam nossa região num período entre 8.000 e 10.500 anos atrás. Numa caverna em Matozinhos, cidade de Minas Gerais, num local conhecido como Lapa do Santo, o arqueólogo André Strauss lidera uma série de expedições que descobriram verdadeiros enigmas em restos mortais: falanges de dedos cortadas de forma regular, como peças de lego, ossos quebrados, pinturas feitas com pigmento ocre, restos queimados, remontagem de ossos de partes de esqueletos diferentes ou mesmo de pessoas diferentes.

Os pesquisadores sugerem se tratar de hábitos simbólicos e complexos, sobre possíveis rituais realizados por tais populações com seus mortos. Foi na mesma região, de Lagoa Santa, em Minas Gerais, que o crânio de Luzia, a mais antiga brasileira que se tem notícia, foi encontrado.

Mais de 40 sepultamentos já foram descobertos, e os rituais mortuários na região foram divididos em 3 fases, de acordo com a idade de seus mortos: a primeira, mais simples, em que os mortos foram simplesmente enterrados flexionados; a segunda, de intensa manipulação dos restos, com queimas, amputações, separações ósseas, quebras e encaixes; e a terceira, com ossos desarticulados e quebras propositais.

Acima, crânio manipulado; abaixo, folha impressa em pedra

Na fase 2, crânios foram utilizados como receptáculos para restos de queima e dentes arrancados. A complexidade dos rituais contrasta com a simplicidade dos instrumentos encontrados, e a mistura de ossos de criança com ossos adultos pode indicar, para os pesquisadores, uma demarcação ritualística do ciclo da vida humana – da juventude à velhice. Há ainda muita pesquisa pela frente, e o apontamento da importância de tais investimentos para descobrirmos nossa ancestralidade, e sabermos da onde viemos, para assim, sabermos mais sobre nós e, dessa forma, para onde vamos.

Lâmina de pedra

© fotos: Maurício de Paiva/fonte:via