Homem recebe transplante facial em cirurgia inovadora e histórica de 56 horas

A ideia de que, por pior que seja uma circunstância, todos na vida merecem e podem receber uma segunda chance ganha uma perspectiva impressionante quando olhamos a história do americano Andy Sandness. Aos 31 anos, Andy acaba de passar por uma cirurgia que durou 56 horas e exigiu uma equipe de 60 pessoas para realizar um incrivelmente bem sucedido transplante facial.

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10 anos atrás, porém, Andy tentou tirar a própria vida. Apesar de ter sobrevivido, o gesto destruiu seu rosto, deixando-o praticamente sem nariz, boca e mandíbula aos 21 anos. Na época, em 2006, Andy passou por 8 cirurgias reparatórias, que o salvaram mas pouco puderam fazer sobre sua boca e mandíbula.

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Andy recebeu uma prótese de nariz, mas tinha de se alimentar em pequenos pedaços, os quais precisavam ser chupados para que ele pudesse se alimentar.

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Em 2012, no entanto, a clínica onde era paciente sondou seu interesse em participar de um novo procedimento, justamente de transplante facial. “Quando você tem a aparência que eu tinha e vivia como eu vivia, você se agarra ao menor sinal de esperança. E essa era a cirurgia que me faria voltar a ser normal”, ele disse.

Foram necessários três anos de treinos e preparações e mais um tempo de espera até encontrar um doador. Em junho de 2016 Andy recebeu a notícia de que a cirurgia enfim seria realizada.

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Por três semanas após a longa cirurgia, Andy foi proibido de se olhar no espelho. Em dezembro ele voltou à clínica para um último pequeno procedimento, e enfim sua vida começou a retomar a normalidade.

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Para muito além da aparência, hoje Andy pode sentir cheiros, respirar normalmente, mastigar e se alimentar de todo tipo de comida.

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Sua maior alegria, segundo ele, é para a maioria de nós algo mundano e desapercebido: voltar a ser anônimo, e poder frequentar qualquer lugar sem que os olhares alheios o lembrem o tempo todo da tragédia que atravessou.

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© fotos: divulgação

Imagens de quando a segregação racial era legal nos EUA lembram a importância de combater o racismo

Para colocar em perspectiva o racismo no mundo, é importante olhar para trás e perceber há quão pouco tempo a segregação racial era legal, legitima e posta em prática em diversos países – como, por exemplo, nos Estados Unidos. Mesmo passados cem anos do fim da Guerra Civil americana, em 1865, e da abolição da escravidão, nos anos 1960 – ou seja, ontem – o país ainda separava negros de brancos em praticamente toda e qualquer instância social.

Integrantes do grupo racista Ku Klux Klan reúnem-se ao redor de uma cruz em chamas no estado da Geórgia, em 1962

Integrantes do grupo racista Ku Klux Klan reúnem-se ao redor de uma cruz em chamas no estado da Geórgia, em 1962

A própria Suprema Corte dos EUA determinou, no final do século XIX e até meados dos anos 1960, que se as raças permanecessem “separadas, mas iguais”, a segregação racial não seria considerada violação da constituição americana. Somente após muita luta – e muitas prisões, agressões e mortes – através do movimento pelos direitos civis que, em 1964 a Lei dos Direitos Civis e, no ano seguinte, a Lei dos Direitos de Voto garantiram a igualdade racial nos Estados Unidos – ao menos, na letra fria da lei.

Opositores da lei dos direitos civis "enforcam" boneco representando Martin Luther King no Alabama, em 1963

Opositores da lei dos direitos civis “enforcam” boneco representando Martin Luther King no Alabama, em 1963

Basta uma rápida (e dolorosa) olhada pelas fotos reunidas pelo Buzzfeed para se ter certeza da profunda repercussão que tais assombrosos hábitos ainda possuem ainda hoje. Para pensar no cenário do Brasil em comparação ao horroroso passado americano, basta se lembrar que, enquanto os números da escravidão nos EUA variam entre 400.000 e 500.000 pessoas traficadas para o país, por aqui o número de pessoas trazidas à força da África para trabalhar foi de mais de 5 milhões. O resto é história – a mais terrível, assustadora, ameaçadora e ainda presente história.

Membros do Partido Nazista Americano intimidando a convivência entre brancos e negros no estado da Virginia, em 1960

Membros do Partido Nazista Americano intimidando a convivência entre brancos e negros no estado da Virginia, em 1960

Protesto contra a integração racial em uma escola no Alabama, em 1963

Protesto contra a integração racial em uma escola no Alabama, em 1963

Ataque contra um carro com passageiros negros em um protesto contra a integração racial em 1956

Ataque contra um carro com passageiros negros em um protesto contra a integração racial em 1956

Ativistas com cartazes escritos: “Eu sou um homem" são impedidos de protestar no Tennessee, em 1968

Ativistas com cartazes escritos: “Eu sou um homem” são impedidos de protestar no Tennessee, em 1968

Homem com bandeira dos Confederados observa manifestantes no Alabama, em 1964. O cartaz diz: “Mais de 300 mil negros têm seu voto negado em Alabama”

Homem com bandeira dos Confederados observa manifestantes no Alabama, em 1964. O cartaz diz: “Mais de 300 mil negros têm seu voto negado em Alabama”

Inspeção em igreja explodida em bairro negro

Inspeção em igreja explodida em bairro negro

Escola dinamitada em Nashville, em 1957, após pela primeira vez admitir um aluno negro - uma criança de 6 anos

Escola dinamitada em Nashville, em 1957, após pela primeira vez admitir um aluno negro – uma criança de 6 anos

Protesto contra integração nas escolas em 1960. O cartaz à direita diz: “Tudo que eu quero ganhar neste Natal é uma escola branca e limpa”.

Protesto contra integração nas escolas em 1960. O cartaz à direita diz: “Tudo que eu quero ganhar neste Natal é uma escola branca e limpa”.

Martin Luther King Jr. sendo preso por se aproximar de um tribunal onde um racista estava sendo julgado, em 1958. Depois dessa foto, o reverendo foi espancado pelos policiais.

Martin Luther King Jr. sendo preso por se aproximar de um tribunal onde um racista estava sendo julgado, em 1958. Depois dessa foto, o reverendo foi espancado pelos policiais.

Policial aposentado espanca um estudante negro que estava somente esperando para ser atendido em uma lanchonete, enquanto as pessoas incentivam e observam ao redor

Policial aposentado espanca um estudante negro que estava somente esperando para ser atendido em uma lanchonete, enquanto as pessoas incentivam e observam ao redor

Protesto por conta da mudança de uma família negra para o bairro majoritariamente branco, na Pensilvânia, em 1963

Protesto por conta da mudança de uma família negra para o bairro majoritariamente branco, na Pensilvânia, em 1963

Criança fantasiada de Ku Klux Klan em uma manifestação racista em 1956. Na porta do carro está escrito "Brancos do Sul são os melhores amigos dos negros, mas integração não"

Criança fantasiada de Ku Klux Klan em uma manifestação racista em 1956. Na porta do carro está escrito “Brancos do Sul são os melhores amigos dos negros, mas integração não”

Jovem em um carro coberto por mensagens racistas no Texas em 1956

Jovem em um carro coberto por mensagens racistas no Texas em 1956

Buddy Trammell (“Nós, estudantes da escolha Clinton, não queremos negros em nossa escola”) , Max Stiles (“Não iremos para a escola com negros”) e Tommy Sanders “(Greve contra a integração na Clinton”) protestam contra a integração de sua escola no Tennessee, em 1956

Buddy Trammell (“Nós, estudantes da escolha Clinton, não queremos negros em nossa escola”) , Max Stiles (“Não iremos para a escola com negros”) e Tommy Sanders “(Greve contra a integração na Clinton”) protestam contra a integração de sua escola no Tennessee, em 1956

Uma "sala de espera para negros" em Oklahoma, em 1955

Uma “sala de espera para negros” em Oklahoma, em 1955

Placa em Detroit, em 1942: "Queremos moradores brancos em nossa comunidade branca"

Placa em Detroit, em 1942: “Queremos moradores brancos em nossa comunidade branca”

População negra restrita ao fundo dos ônibus na Carolina do Sul, em 1956

População negra restrita ao fundo dos ônibus na Carolina do Sul, em 1956

Bebedouros "somente para pessoas de cor"

Bebedouros “somente para pessoas de cor”

A grande Rosa Parks sendo presa no Alabama, em 1956, poucos meses após ter se recusado a ceder seu lugar em um ônibus para um passageiro branco - gesto que levou ao boicote dos ônibus pela população negra e tornou-se um marco na luta pelos direitos civis

A grande Rosa Parks sendo presa no Alabama, em 1956, poucos meses após ter se recusado a ceder seu lugar em um ônibus para um passageiro branco – gesto que levou ao boicote dos ônibus pela população negra e tornou-se um marco na luta pelos direitos civis

Uma sala de aula segregada na Geórgia, em 1941

Uma sala de aula segregada na Geórgia, em 1941

Carro com bandeira dos confederados e um cartaz que diz: "Salvem nossas crianças da praga negra" - em Nashville, 1956

Carro com bandeira dos confederados e um cartaz que diz: “Salvem nossas crianças da praga negra” – em Nashville, 1956

Homem bate em um boneco enforcado em protesto contra a integração racial no Arkansas, em 1957

Homem bate em um boneco enforcado em protesto contra a integração racial no Arkansas, em 1957

Estudante reage no Arkansas, em 1958, depois de ouvir que ele e sua irmã teriam de deixar a calçada para os jovens brancos passarem

Estudante reage no Arkansas, em 1958, depois de ouvir que ele e sua irmã teriam de deixar a calçada para os jovens brancos passarem

© fotos: Buzzfeed

Ele retratou norte-coreanos sorrindo para romper mitos e preconceitos

Uma das lendas que povoa o imaginário a respeito da Coréia do Norte diz ser quase impossível encontrar um norte-coreano sorrindo. Isolado em um dos países mais fechados do mundo, a seriedade desse povo refletiria a dureza da vida com a liberdade cerceada sob um governo de natureza autoritária. E tudo isso procede – menos a parte em que o povo norte-coreano não sabe sorrir.

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Depois de seis viagens ao país, o fotógrafo francês Eric Lafforgue resolveu prover que, apesar da dureza das circunstâncias políticas da Coréia do Norte, seu povo sabe desfrutar dos momentos de felicidade, e sorrir.

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Registrar a alegria dos norte-coreanos não foi fácil, tendo de lidar todo o tempo com a desconfiança dos guias e guardas a cada fotografia tirada por Eric. Ainda assim o ensaio abaixo mostra que em sua volta o fotógrafo trouxe uma mala cheia de sorrisos.

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© fotos: Eric Lafforgue

Sem brinquedos, roupas ou gadgets: o que mudou na vida da família que ficou um ano sem comprar nada

A ciência já explicou por que todos nós deveríamos investir em experiências e não em coisas . O casal norte-americano Scott e Gabby Dannemiller sempre soube disso e foi também por esse motivo que, em 2003, eles largaram tudo por uma missão na Guatemala. Mas o tempo passou, dois filhos nasceram e, quando se deram conta, estavam mergulhados em compromissos, contas e compras. Debaixo de uma montanha de coisas, eles haviam deixado de lado as reais experiências.

Havia essa necessidade constante de comprar mais. Nós precisávamos de uma casa maior, de um carro diferente, roupas diferentes“, contou Gabby ao Today. Mas quando se deram conta disso, não pensaram duas vezes antes de decidir dar um basta na situação. O casal decidiu fazer um curioso experimento em que ficou um ano sem comprar roupas, gadgets ou brinquedos novos. E no lugar disso, novas vivências para eles e para as crianças.

As regras eram simples:

1. Nada de roupas, acessórios ou gadgets novos;

2. Se algo estragou, deve ser consertado e não descartado;

3. Todos os presentes deveriam ser experiências e não coisas.

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Pois bem, Gabby começou a emprestar roupas de amigas, as crianças descobriram que viagens e parques de diversão são muito mais divertidos que bonecas e jogos e Scott se adaptou às regras, após algumas dificuldades – quando sua mala de trabalho quebrou, ele precisou recorrer à uma mochila de rodinhas infantil cor lavanda que estava no depósito. E a usou o resto do ano para viajar a negócios.

Mas se compras estavam proibidas, o que as crianças levariam de presente para seus amiguinhos que fazem aniversário? O casal veio com uma ideia brilhante e nada de jogos: um pacote de balas e uma garrafa de refrigerante diet e a explosão estava feita. Que experiência incrível para a criançada! E no aniversário dos pequenos, mais experiência: o garoto foi para um jogo de hockey, cujo ingresso foi doado por amigos da igreja que a família frequenta, e a menina foi curtir um hotel especial, hospedagem resgatada com os pontos de um cartão fidelidade de Scott.

Durante o ano de desafio, a mudança foi brusca e a adaptação, nada fácil. Mas ao final do período, a família afirma ter voltado a enxergar a beleza da experiência e com certeza aprendeu a viver bem com menos. “Mais do que qualquer coisa, nós queremos que as pessoas pensem sobre o que é importante em suas vidas“, afirmou Gabby.

E então, topa o desafio?

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Todas as fotos © Arquivo Pessoal