Com cuidado e respeito, ela conseguiu contato pacífico com a tribo que matou o missionário norte-americano

No mês de novembro, o missionário norte-americano John Allen Chau foi morto ao tentar entrar em uma ilha do arquipélago de Andaman e Nicobar, território da União da Índia. Sua intenção era converter os nativos locais ao catolicismo, mas ignorar a proibição de acesso à ilha isolada custou sua vida.

Mas, quase trinta anos atrás, uma mulher ousou visitar a tribo em questão, os Sentineleses, e conseguiu um feito memorável: foi a primeira pessoa a ter contato amigável com a chamada ‘tribo mais isolada do mundo’, que sequer descobriu como manipular o fogo até hoje.

Seu nome é Madhumala Chattopadhyay, uma antropóloga indiana que dizia ter vontade de estudar as tribos de Andaman e Nicobar desde a infância. Ela passou seis anos trabalhando na região, publicando mais de vinte pesquisas e até um livro sobre o assunto.

O governo indiano passou décadas tentando estabelecer contato com as tribos locais, mas as expedições costumavam terminar em chuvas de flechas atiradas pelos Sentineleses – outras tribos foram um pouco mais receptivas, embora permaneçam vivendo de forma isolada.

De acordo com Madhumala, a expedição, que aconteceu em janeiro de 1991, começou com muita apreensão, já que poucos meses antes outra equipe tinha sido rechaçada violentamente pela tribo – para ter ideia, todos os integrantes da excursão precisaram assinar documentos para deixar claro que sabiam dos riscos e que nem eles nem seus familiares processariam o governo indiano em caso de ferimentos ou mortes.

Madhumala entregando um coco para um Sentinelese

Mas, ao chegar perto da ilha e ser recebida por quatro Sentineleses armados com arcos e flechas, a equipe colocou alguns cocos sobre a água, fazendo-os flutuar em direção à tribo, oferecendo um presente para mostrar que eles vinham em paz.

Por cerca de três horas, vários homens da tribo foram até a praia e entraram no mar para pegar mais cocos – a ilha onde eles vivem não conta com nenhum coqueiro -, enquanto mulheres e crianças observavam à distância.

Madhumala tinha aprendido algumas palavras do dialeto local ao interagir com outras tribos da região, o que ajudou a estabelecer o contato pacífico com os Sentineleses. Os nativos da ilha chegaram a tocar o barco, o que foi entendido como uma mensagem de amizade, e a equipe de antropóloga até andou até a areia, mas a tribo não permitiu que eles avançassem em direção ao seu assentamento em meio à mata.

Madhumala voltou à ilha um mês depois, acompanhada de uma equipe maior. Dessa vez os nativos foram ao seu encontro sem os arcos e flechas, e até entraram no barco para coletar os cocos que tinham sido levados de presente.

A expedição terminou quando um membro da equipe tentou pegar um enfeite de folhas usado por um Sentinelese. O homem ficou bravo, sacou uma espécie de faca e ordenou que os antropólogos fossem embora imediatamente, e a ameaça foi prontamente acatada.

Outra foto da expedição

Alguns meses depois, o mau tempo frustrou a última expedição ao território Sentinelese. Uma equipe foi até o local, mas não encontrou ninguém por causa da chuva. O governo indiano decidiu deixar as expedições de lado para proteger a saúde da população nativa.

Madhumala nunca mais visitou o arquipélago. À National Geographic, a antropóloga afirmou que “As tribos têm vivido nas ilhas há séculos sem problema algum. Seus transtornos começaram depois de eles terem contato com forasteiros. As tribos da ilha não precisam de proteção, só têm de ficar sozinhas”.

Madhumala interagindo com outros habitantes do arquipélago

Madhumala interagindo com outros habitantes do arquipélago

Com informações da National Geographic

Fotos via acervo pessoal de Madhumala Chattopadhyay/ fonte:via

Restaurante de sucesso dentro de presídio em Cartagena ajuda detentas a se preparar para retorno à liberdade

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Moradores e visitantes de Cartagena, um dos principais destinos turísticos da Colômbia, têm desde o fim de 2016 uma oportunidade única de fazer deliciosas refeições ao mesmo tempo em que contribuem para a reintegração de detentas à sociedade.

Trata-se do Restaurante Interno, instalado dentro do Presídio Distrital de San Diego. 170 mulheres que cumprem pena por diferentes crimes foram treinadas em diversas funções e 20 foram selecionadas para trabalhar no restaurante, que serve receitas criadas por chefs famosos no país.

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Além da cozinha e do atendimento aos clientes, as internas também cultivam uma horta, de onde são colhidos alguns dos alimentos servidos no restaurante. A ação é parte do projeto Teatro Interno, criado pela atriz Johana Bahamon, que começou realizando oficinas de teatro dentro de presídios do país, e hoje também atua oferecendo cursos de artesanato, hotelaria, finanças e empreendedorismo.

O objetivo de todas as frentes é o mesmo: preparar as mulheres que foram presas para se reintegrarem à sociedade depois de cumprirem as devidas penas. Além de ensinar novos ofícios, o Interno também ajuda as detentas a aprender a trabalhar em conjunto e foi capaz de tornar o convívio dentro do presídio mais agradável.

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O presídio feminino de San Diego é uma penitenciária de segurança baixa, para onde detentas são enviadas para cumprir os últimos meses de suas penas antes de retornarem à liberdade. Mas isso não quer dizer que as condições por lá sejam muito melhores que em outros presídios: apesar de ter capacidade oficial para receber 100 detentas, cerca de 150 mulheres vivem nas seis celas do local.

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Fotos: reprodução/Restaurante Interno /fonte via

Fotógrafo viajante registra uma Paris que os guias turísticos não mostram

Gente feliz tomando café em tranquilas alamedas, grandes lojas de grife vendendo produtos luxuosos e, claro, o Arco do Triunfo e a Torre Eiffel. É difícil não pensar nesses elementos quando Paris vem à cabeça, mas é claro que a realidade de uma metrópole não é feita só disso.

David Tesinsky é um fotógrafo tcheco que se dedica a viajar registrando o que ele descreve como “subculturas, culturas urbanas, histórias de rua e de pessoas”, sempre com a fotografia documental de reportagem social como norte.

Em um de seus últimos trabalhos, David visitou a capital francesa para desafiar os estereótipos que tomam conta do imaginário em relação à Cidade Luz. Como praticamente todas grandes cidades do planeta, Paris precisa lidar com vários problemas, e o fotógrafo acredita que fazer refletir sobre eles é um dos primeiros passos na busca por soluções.

Na viagem por Paris, o que mais chamou a atenção de David foi a quantidade de pessoas vivendo em situação de rua, número que tem crescido muito nos últimos anos por conta da crise migratória na Europa, que tem levado milhares de africanos e asiáticos ao continente em busca de melhores condições de vida.

Fotos © David Tesinsky  /fonte via

Ele criou finais tristes para filmes da Disney que vão te fazer refletir sobre a vida

O trabalho de Jeff Hong tem o poder de nos encantar e incomodar ao mesmo tempo.

Um dos principais atributos do artista é a maneira como ele transporta personagens dos filmes da Disney para os dias de hoje. A presença destes seres icônicos em imagens que retratam problemas bastante atuais – e outros quase atemporais – nos convida a refletir sobre a sociedade em que estamos vivendo.

Já mostramos o trabalho de Jeff antes aqui e aqui, mas imagens mais recentes de sua série Unhappily Ever After (que poderia ser traduzida como “Infelizes para sempre“) chamam a atenção por trazerem novos personagens em situações que preferíamos que nem mesmo um desenho animado precisasse enfrentar…

Vem ver: 

Fotos: Jeff Hong  /fonte via

São Paulo ganha escola de hortas para pessoas em situação de rua

O Brasil tem mais de 100 mil pessoas oficialmente registradas como ‘Em situação de rua’. Só em São Paulo são ao menos 15 mil. Ao mesmo tempo, há um potencial pouco explorado nas grandes cidades: a agricultura urbana é capaz de empregar pessoas e fornecer alimento de qualidade a um preço acessível para a população.

Um projeto na capital paulista que tem como objetivo unir as duas pontas acaba de ser lançado: trata-se da Horta Social Urbana, que oferece formação em agricultura urbana para pessoas em situação de rua, atendidas nos Centros Temporários de Acolhimento (CTAs) e Centros de Acolhida.

O curso, cuja primeira turma terá aulas na Horta Escola Lucy Montoro, inclui capacitações em técnicas de permacultura e agroecologia, unindo os conhecimentos mais modernos em relação à cultura de alimentos à necessidade de usar a terra de forma sustentável e maximizar o uso de recursos naturais para evitar desperdício.

Além das aulas, o projeto também prevê a criação de hortas urbanas em terrenos baldios e telhados de condomínios comerciais e residenciais, sempre de forma orgânica e gerando renda para os trabalhadores.

O programa Horta Urbana Sustentável foi proposto pelo ex-prefeito Joao Dória e segue o modelo de parceria com empresas privadas, permitindo que o projeto saia do papel sem que a prefeitura precise investir recursos próprios.

Fotos: reprodução/Prefeitura de São Paulo /fonte via