Fotógrafa retrata as cicatrizes que a vida deu a essas pessoas como forma de ajudá-las a aceitar seus corpos

Quando criança, a fotógrafa nigeriana Yagazie Emezi foi atropelada por um carro, acidente que deixou uma marca para o resto da vida. A partir disso, cicatrizes sempre chamaram sua atenção e curiosidade, que agora resultaram num belo projeto.

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Yagazie explica que o Relearning Bodies (algo como “Corpos em Reaprendizado”) surgiu para entender o processo pelo qual as pessoas passam após acidentes que deixam sinais, estudando a fragilidade e a resistência do corpo humano, além da maneira como africanos com cicatrizes trabalham a aceitação da própria imagem.

Minha cicatriz sempre chamou atenção. Muita gente ficava olhando enquanto eu crescia, e isso me deixou rápida para encontrar ‘imperfeições’ nos outros, talvez para não me sentir sozinha”, conta a fotógrafa. Escrevendo sobre o acidente, ela conta que passou dois anos nos Estados Unidos só usando calças para esconder a marca.

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Um momento que chamou a atenção durante as sessões para o projeto – que ainda está em andamento – foi quando Yagazie fotografou duas irmãs, uma delas com uma cicatriz na cabeça. Ela estava relutante em participar, mas ganhou confiança ao ver outras fotos do trabalho. “Viu, eu te disse que você não era a única!”, exclamou a irmã, mostrando na prática como a representatividade auxilia na auto aceitação.

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Todas as fotos © Yagazie Emezi fonte: via

O minimalismo surrealista de Michele Durazzi

O artista Michele Durazzi, de Florença, na Itália, desenvolveu uma série intrigante, intitulada “Was ist Metaphysik?”, onde mescla 3D com fotografias e cria imagens minimalistas e incríveis.

A série, que questiona as perspectivas diferentes dos lugares e a nossa percepção das coisas, traz não só o nome do famoso ensaio filosófico de Martin Heidegger, publicado em 1929, como também as imagens criadas pelo artista, que buscam justamente ilustrar as teorias do filósofo alemão.

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Concebido como narrativa através do detalhe arquitetônico, o trabalho de Michele faz a junção de ficção e fantasia, onde estruturas impossíveis existem ao lado de paisagens e cenas familiares.

Cada imagem de Michele brinca com a simetria e com as cores, onde as composições são minuciosamente pensadas e freqüentemente apresentam imagens de ambientes, aéreas e contextos surrealistas que apelam para a nossa imaginação. Tudo com o objetivo de nos desconectar da realidade.

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Imagens © Michele Durazzi fonte: via

Vista por fora essa casa parece minúscula, mas seu design maravilhoso faz dela o lar dos sonhos

Sabe aquela expressão “não julgar um livro pela capa?” O mesmo vale para essa casa projetada no Japão. Por fora realmente parece ser muito pequena, no entanto o interior surpreende.

Projetada por Mizuishi Arquitetos Atelier, a casa foi construída em um terreno triangular e possui dois andares. No térreo estão os dormitórios e banheiro. No andar superior a sala de estar, a cozinha e um mezanino. Todas as paredes são brancas, o que torna o lugar mais espaçoso e leve.

Confira as fotos abaixo e se surpreenda:

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Todas as fotos © Mizuishi Arquitetos Atelier fonte: via

Ofuscada por Rodin e pelo machismo, finalmente Camille Claudel ganha seu próprio museu

Uma das maiores escultoras de todos os tempos enfim ganhou seu próprio museu. Acaba de abrir as portas, na cidade de Nogent-sur-Seine, a uma hora de Paris, o Museu Camille Claudel, dedicado a obra de uma escultura que morreu abandonada em um asilo, e que sua obra teve de esperar décadas para ser finalmente reconhecida como um dos maiores nomes da escultura em todos os tempos.

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O acervo do museu compreende desde a primeira obra que Camille expôs, em 1882, até suas ultimas esculturas em bronze, de 1905, período no qual seus primeiros sinais de perturbações mentais começaram a surgir, acompanhando-a até o fim da sua vida, aos 78 anos em 1943.

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O acervo trás também 150 obras de outros artistas de sua época, a fim de destacar o talento original e extraordinário de Camille, assim como a forma com os contemporâneos se influenciaram então.

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Lamentavelmente é impossível escrever sobre Camille Claudel sem ter de citar sua trágica história, e sua complicada relação com Auguste Rodin.

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Tendo sido assistente e amante do “pai da escultura moderna”, o talento – e, consequentemente, a saúde mental – de Camille acabaram eclipsadas pelo reconhecimento de Rodin, assim como pelo machismo vigente, que impedia que uma mulher pudesse ser vista como uma gênia da arte em igual grandeza, e pelo juízo moral com que a sociedade condenou Camille em sua condição de amante.

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Rodin esculpido por Camille

Em seus últimos 30 anos de vida, Camille praticamente não recebeu visitas no asilo em que viveu e, mesmo tendo sido por diversas vezes diagnosticada como alguém que poderia voltar ao convívio social e familiar, ela terminou por viver até sua morte confinada em um hospital psiquiátrico.

A história de Camille ilustra com agudez o grave ponto a que o machismo e a desigualdade de gênero podem chegar – oferecer a uma artista de tal grandeza um museu próprio é um fundamental primeiro passo – que seja o primeiro de muitos, para que no futuro tais passos sejam somente referências de um passado obscuro que não existe mais.

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© fotos: reprodução:fonte: via