A paranaense Kemmy Fukita gosta de desenhar desde criança. Autodidata, explorar materiais diferentes da folha sulfite sempre lhe agradou: hashis e pratos de papelão foram alguns dos objetos que ela transformou em tela, até que surgiu a ideia de usar filtros de café. E deu muito certo.
“A viciada em café é minha mãe”, brinca Kemmy, criadora do No Filtro. Formada em moda e com interesse pela sustentabilidade, ela diz que gosta de “mostrar que é possível usar algo que iria para o lixo para transformar em arte”, e cita como estímulo o personagem Eu Me Chamo Antônio.
Além dos desenhos, que a artista diz ter como inspiração temas ligados a sensibilidade e força, com presença constante de elementos da botânica, Kemmy gosta de incluir frases de músicos e poetas de quem ela é fã, também como forma de divulga-los. Ana Larousse, Bob Dylan, O Terno e Guimarães Rosa são algumas de suas inspirações.
Kemmy também se animou a escrever as próprias frases nos filtros, com a ajuda do pai, que gosta muito de poesia. Para criar as obras, ela lava os filtros de café e espera secar bem – em dias chuvosos, a umidade do ar chega a atrapalhar. Canetinhas, nanquim, lápis de cor, giz pastel e tinta guache são os materiais preferidos para criar. No final, ela queima levemente os filtros para dar um aspecto envelhecido.
Os filtros começaram a fazer sucesso no Instagram e no Facebook, e Kemmy passou a produzir alguns para vender, inclusive sob demanda. “Às vezes enviam fotos de casais ou de bichos e pedem para reproduzir”, conta.
“Quero mostrar que todo mundo pode ser criativo e usar coisas que inspiram para transmitir conhecimento através da arte”, conclui, ressaltando a importância de encontrar novos olhares para aquilo que já conhecemos.
Todas as fotos © Kemmy Fukita fonte