Se essa série de fotos lhe causar estranheza, você precisa repensar seus padrões

Há uma coleção de clichês que nos ensinam sobre como não devemos perceber e julgar os outros por sua aparência, e mais, sobre como os ideias de normalidade e beleza servem somente para nos diminuir, nos separar, excluirmos uns aos outros, sem que ninguém esteja de fato adequado a tais padrões.

Esses clichês não existem por acaso: apesar deles – e de suas diretas e precisas sabedorias – insistimos em procurar normalidade e suposta adequação na maneira com que vemos os outros – e, em verdade, nos vemos.

EDITnaevusflammus38

Acontece que ninguém é normal, de perto ou de longe. Para desafiar a maneira com que percebemos as outras pessoas, a fotógrafa dinamarquesa Linda Hansen encontrou o tema perfeito para um ensaio desafiador e, sim, belo: ela realizou uma série de retratos de pessoas com marcas de nascença no rosto e no corpo.

EDITnaevusflammus23

O nome do livro que reúne os retratos é também o nome dessa condição: Naevus Flammeus, também conhecida como Mancha de Vinho, uma malformação capilar que resulta em uma mancha avermelhada na pele.

EDITnaevusflammus36

Segundo a fotógrafa, muita gente reage às fotos com pesar, como se as manchas fossem um fardo a se carregar. “Eu comparo a uma tatuagem: é algo intrigante, uma marca especial com uma história. É lindo”, ela diz. Para ela, essas “tatuagens naturais” se tornam justamente sinais especiais de beleza.

EDITnaevusflammus16

A principal mágica de seus retratos, no entanto, para ela, é que quanto mais olhamos para ele, mais as marcas – especialmente em seu sentido pejorativo – começam a desaparecer. Resta, acima de qualquer coisa, o conjunto da obra: a certeza de que, além de ninguém ser “normal”, todo mundo é belo à sua maneira – e eis mais um clichê, absolutamente verdadeiro.

EDITnaevusflammus15

EDITnaevusflammus07

EDITnaevusflammus05

EDITnaevusflammus10

EDITnaevusflammeus01

EDITnaevusflammus18

Todas as fotos © Linda Hansen 

1 comentário

Deixe um comentário