É 2015 e o racismo ainda existe. Na verdade, sua existência ainda está tão firme e forte, infelizmente, que muitas vezes nem nos damos conta da situação. Muito além de insulto público, por exemplo, pessoas negras enfrentam o preconceito em praticamente todos os momentos da vida: da hora de arrumar um emprego à compra de um carro.
Em um vídeo que funciona como um merecido tapa na cara de cada branco, o pessoal da Brave New Films usou estudos para mostrar o quanto de racismo ainda está enraizado em nossa sociedade e em como é preciso levantar bandeiras e se posicionar em relação ao tema a fim de suscitarmos mudanças relevantes.
Assista ao vídeo (ative as legendas em português, caso tenha dificuldade em enteder) e reflita:
Milhares de CVs foram enviados para empresas. Eles eram idênticos, exceto pelos nomes.
Nomes que são mais comuns na comunidade negra foram chamados apenas na metade das vezes.
Ao comprar um carro, negros foram cobrados em US$ 700 a mais do que os brancos que fizeram a mesma compra.
Vários estudos comprovam que um motorista negro tem duas vezes mais chances de ser parado pela polícia do que um branco
Compradores negros visitam 17,7% menos imóveis à venda do que brancos
Negros e brancos usam maconha em igual proporção
Mas os negros têm quatro vezes mais chances de serem presos por isso
Os negros vão para a prisão seis vezes mais que os brancos
Médicos não aconselham pacientes negros sobre procedimentos cardíacos tão bem quanto o fazem com brancos
Congressistas brancos não respondem mensagens de pessoas com nomes comuns a negros com a mesma frequência que o fazem com brancos
Todo mundo sabe que entrar em uma faculdade de Medicina não é tarefa fácil. Mais difícil ainda é conseguir sair dela graduado e pronto para atuar na Residência. Pois recentemente, Tales Pereira, que trabalha como gari nas ruas de Goiânia (GO), pôde realizar isso através da filha.
Aline de Castro Pereira, 26, graduou-se em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pretende se especializar em gastroentereologia. A motivação vem da própria história: ainda quando criança, a menina perdeu a mãe para um câncer de estômago e confiou a Pereira a tarefa de ser pai e mãe – o que ele cumpriu com excelência.
“É muito emocionante. A gente fica todo derrubado. Fiz minha parte e ajudei. Agora ela vai colher os frutos. Ela é uma joia. Para chegar onde chegou, é uma guerreira“, disse ao G1 o gari, que com muito sacrifício conseguiu bancar um colégio particular para a filha durante todo o período escolar.